Pesquisar este blog

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Before they were belly dancers


      In 1896, my paternal great-grandmother and her only child, my grandmother, set out from Peoria, Illinois, on their Grand Tour of Europe, an extended vacation that eventually included a Cook's Cruise of Egypt's Nile. At the dock at Asyût, under a bright February sun, my great-grandmother wrote on her diary:
     Boats were drawn up along the shore; camels with huge loads went by and altogether it was a strangeand lively scene. Today just before the steamer started it was still more so. Many freight dahabehs [boats] were unloaded onto the camels and men with pig- and goat-skin water bagswere filling them from the river. A great gaunt, pink-legged ostrich strode by. A dancing girl with her face tattoed danced on the sand to the music of a coconut fiddle.

SPOILER FREE

Esse é um livro que fiquei muito feliz quando descobri que existia, dada a escassez de material acadêmico sobre a história da dança do ventre produzido por amantes da dança. Em consequência, fiquei meses namorando ele antes de comprar, até que não resisti. Acho inclusive que não o comprei em promoção, o que é algo muito raro.

E não me arrependi, pois o trabalho da Kathllen é excelente. Através de uma extensa pesquisa em textos de viajantes que visitaram o Egito entre 1770 e 1870, se não me engano, ela faz um levantamento bastante completo do que foi escrito sobre o mundo da dança no país, organizando a informação em diversos temas, de forma a melhor organizar os dados disponíveis.

Como boa pesquisadora, a autora ainda leva em consideração a questão do preconceito dos viajantes, em sua maioria ingleses e franceses, em seus relatos para tentar extrair o máximo de dados não corrompidos por uma visão eurocêntrica ou desmerecedora da cultura egípcia, especialmente no quesito de perceber a dança como excessivamente sexualizada ou animalesca.

Dessa forma, ela consegue apontar diversos fatos interessantes nos escritos de viagens, tais como a história das roupas utilizadas pelas bailarinas, a questão dos tipos de bailarinas que existiam na época, inclusive bailarinos homens que se apresentavam em tudo quanto é tipo de espaço. Ela consegue apontar alguns estilos de dança que já não existem mais, alguns acessórios que eram comuns, e até um pouco da biografia de algumas bailarinas e um bailarino da época.

De quebra ela ainda trata de alguns mitos comuns na comunidade da dança do ventre, apontando o que deles pode ser considerado apenas rumor e o que é de fato invenção. Levando em consideração a fonte de pesquisa, ela toma bastante cuidado ao não afirmar como verdade absoluta o que é contado pelos viajantes, o que é um ponto positivo. A única questão que eu acho que ela não trata muito bem é a questão dos europeus entenderem os bailarinos homens como travestis, pois pessoalmente eu tenho minhas dúvidas do quanto dessas afirmações são válidas e o quanto é julgamento europeu em cima de homens que dançavam "de saia ou vestido", usando maquiagem e mexendo o quadril.

A excelente qualidade do trabalho a parte, é preciso dizer que o livro é extremamente acadêmico, o que torna a leitura um tanto pesada e maçante em alguns pontos. Não que todos os textos acadêmicos sejam assim, mas não é o foco da autora fazer um texto leve ou agradável.

Fiquei tão feliz com essa leitura que já comprei mais um livro desse tipo, dessa vez do Anthony Shay (que eu já e gosto do trabalho) para ler no próximo ano.

Nota 9,5.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião/crítica/comentário: