Estamos no apagar
das luzes do ano, então estou tentando fechar um post de retrospectiva
do ano a tempo, levando em consideração que tem livros terminando ainda
esse ano no momento que estou escrevendo, o objetivo ainda não está
cumprido! Mas os deuses da literatura são poderosos e hão de me ajudar!
Vamos a algumas estatísticas interessantes:
Total de Livros Lidos: 78
Total de páginas lidas: 20.675
Livro mais curto: Invasão: um conto urbano - 5 páginas
Livro mais longo: The Prize - 929 páginas
Média de página por livro: 265 páginas
Total de livros de poesia: 22
Livros brasileiros: 3
Livros de não-ficção: 20
Livros de contos: 4
Livros de vencedores do Nobel: 6
Livros escritos por mulheres: 45
Retrospectiva:
O
ano de 2017 começou extremamente auspicioso, primeiro comecei o ano
meio doente (o que não é auspicioso, mas releva), então eu precisava de
livros que me fizessem me sentir bem, logo, abri o ano só com gente boa:
William Blake - The Marriage of Heaven and Hell, Valter Hugo Mãe -
Homens imprudentemente poéticos e Ondjaki - E se amanhã o medo. Apostei
em alguns nomes desconhecidos para mim, como Randa Ghazi - Sonhando a
palestina, que me emocionou muitíssimo e Muriel Barbery - A elegância do
ouriço, que já entrou na minha wish-list para eu ler outras obras da
autora francesa. Ainda em janeiro, li a fabulosa Amélie Nothomb - Le
sabotage amoureaux, Ismail Kadaré - Uma questão de Loucura e Nikki
Giovanni - Bicycles. E consegui finalizar alguns livros iniciados no
final de 2016, como Um amor feliz - Wislawa Szymborska, Cem Poemas -
Kabir e Poemas - Adonis, sendo que esse último eu comecei a ler quase na
virada para 2017.
Janeiro foi um mês extremamente
produtivo, com todo o tempo que passei em casa de licença médica e de
férias. E eu digo isso porque ainda terminei nesse mês mais livros
bacanas: Weird Things Customers Say in Bookshops (volumes 1 e 2) - Jen
Campbell e Fountain and Tomb - Naguib Mahfouz.
Difícil
de manter a qualidade depois de tantos livros, então primeiro dei uns
azares, com Natural Year - Jane Alexander, que deixou um tanto a
desejar, Ariel - Sylvia Plath, que detestei, e os medianos Dreamcartcher
- Stephen King e Batman: O cavaleiro das trevas - Frank Miller.
Entremeado a eles, para manter a força, consegui coisas boas como:
Poemas - Wislawa Szymborska (virei fã de carteirinha, quero ler pra
sempre), The Ilustrious Jade Egg - Saida Desilets (muito informativo, me
animou a ler outro livro da autora, que espero continuar a ler no ano
que vem), Há Prendisajens com o Xão - Ondjaki e A viagem iniciática -
Christian Jacq.
A partir desse ponto a coisa virou
meio montanha russa, primeiro com o péssimo O diabo veste Prada - Lauren
Weisberg, o que me surpreendeu, pois gosto muito do filme, seguido do
fofíssimo Howl's Moving Castle - Diana Wynne Jones, que eu curti tanto
que ainda li esse ano suas duas continuações (vamos chegar lá), do muito
bacana e leve Show your work! - Austin Kleon, e novamente outro
ruinzinho, Petrobras: uma história de orgulho e vergonha - Roberta
Paduan.
Esse momento montanha russa atingiu até as
leituras de poesia, pois consegui ler Neruda - Teus pés toco na sombra e
outros poemas inéditos e Jacques Prévert - Paroles, dois gigantes da
poesia, junto com 2 livros meio méh, o Poemas da Antologia Palatina -
José Paulo Paes, que não me animou, e o péssimo-nunca-mais-leio-nada-da-autora A teus pés - Cristina Cesar.
Aí
entrei numa fase de literatura italiana, pois uma amiga emprestou o seu
kindle para eu ler os livros da Elena Ferrante. O que me deixou meio
abismada, primeiro porque me emprestaram um kindle, o que achei
sensacional, eu não tenho maturidade pra isso, segundo porque Elena
Ferrante é maravilhosa e amei tudo: A amiga genial, História do novo
sobrenome, História de quem foge e de quem fica e, por fim, The Story of
the Lost Child. Sim, o último livro eu li em inglês, minha amiga
justificou o caso com "em inglês lançou primeiro", e eu não ia reclamar.
Claro
que simultaneamente eu li outras coisas que foram bem interessantes,
como: The tiny book of tiny stories 2 - Joseph Gordon-Levitt (só a
organização!), Hemingway didn't say that - Garson O'Toole, que fez um
estudo muito interessante sobre citações de internet, Fortunately the
milk - Neil Gaiman (não tem como errar, tudo dele é interessante de
ler), A maze me: poems for girls - Naomi Shihab Nye, que não foi lá
essas coisas mas deu para aproveitar, Feminist Fight Club - Jessica
Bennett, título bem autoexplicativo e leitura sensacional.
Confesso
que foi uma fase um tanto de livros visuais, depois do primeiro volume
de Tiny Stories e do livro do Neil Gaiman ainda li outros, como Lost in
translation - Ella Frances Sanders, Adulthood is a myth - Sarah
Andersen, o terceiro volume de The tiny book of tiny stories e Milk and
honey - Rupi Kaur.
E dessa forma fui me preparando
para o meu primeiro grande desafio do ano, lendo mais um livro do Neil
Gaiman - Trigger Warning, dessa vez de contos, a ficção científica
sensacional Sleeping giants - Sylvain Neuvel (que foi objeto de uma
confusão de gênero da minha parte) e o livro fast-food-que-faz-mal-pra-saúde
Beautiful Mistake - Vi Keeland. Então consegui estar pronta para
encarar as quase mil páginas de The Prize - Daniel Yergin, ganhador do
Pulitzer e quase bíblia de quem estuda história e geopolítica do
petróleo.
Depois disso, fiquei um tempo
desintoxicando, então li um monte de coisas leves, como A hidden witch -
Debora Geary (rainha dos livros onde tudo é cor de rosa e céu de
brigadeiro), os dois últimos volumes da série Trono de Vidro, Empire of
Storms e Tower of Dawn, o leve 13 dates - Matt Dunn, e pra dizer que nem
tudo foi suave, li a autobiografia maravilhosa do bailarino Kenny
Pearl, The Dance Gods, e da americana de origem chinesa Amy Chua, Battle
Hymn of the Tiger Mother, terminei os livros de poesia do Rûmi, Poemas
de Rûmi, T.S.Eliot, Collected Poems 1909-1962, e Mia Couto, Poemas
Escolhidos.
Paralelamente a isso, li o monstro Tails
of Wonder and Imagination, um livro de contos que tem a proeza de ter
500 páginas. Mas gatos. Não tem como reclamar de gatos.
Então me senti bem o suficiente para o segundo desafio do ano: Orientalismo de Edward Said.
Que,
obviamente, foi seguido de uma segunda desintoxicação, com os
surpreendentes Witches of New York - Ami McKay e The ghostwriter -
Alessandra Torre. Como eu estava no ritmo dos contos ainda li o Once
upon a curse, que não chegou aos pés dos gatos, claro.
Daí
investi em algumas leituras garantidas, como a continuação de Castelo
Animado, Castle in the air - Diana Wynne Jones e Spark Joy - Marie
Kondo. Então tomei coragem e arrisquei com Invasão: um conto urbano, de
um amigo meu, The Simple Sabbat - M. Flora Peterson, que não me deixou
tão satisfeita e a surpresa A house in Fez - Suzanna Clarke, que me
surpreendeu por não ser da Suzana Clarke e mesmo assim ser bom. Sim,
isso mesmo, só leia com atenção.
Daí o ano já foi
acabando e eu corri para terminar mais alguns livros de poesia, Poemas
do Brasil - Elizabeth Bishop, O gueto/O eco da minha mãe - Tamara
Kamenszain, Instante - Wislawa Szymborska (meu terceiro livro dela desse
ano, puro amor) e Um útero é do tamanho de um punho. Consegui terminar
antes do que eu esperava o livro quase sobre estatística Everybody lies -
Seth Stephens-Davidowitz e por isso consegui ainda encaixar nos últimos
dias do ano House of many ways - Diana Wynne Jones, o último da série
do Castelo Animado, uma Agatha Christie - The murder at the vicarage, o
interessante Dusk or Dark or Dawn or Day - Seanan McGuire, mais uma
autobiografia, dessa vez da princesa Leia, The Princess Diarist - Carrie
Fisher, o cheio de raiva Superman is an arab - Joumanna Haddad e, por
fim, o super acadêmico Before they were belly dancers - Kathleen W.
Fraser.
No mais, esse ano eu segui meio mais ou menos o
Desafio Literário Corujesco, pois consegui fazer todos os temas do ano,
porém, não consegui fazer nos meses previstos, o que não me deixa tão
triste porque não li menos livros por causa disso.
Agora,
a pedidos de amigos, os melhores do ano! Não vai ter top 5 ou listinha,
não consigo, tem muito livro bom pra isso, mas dá para fazer umas
concessões!
Melhores autores de poesia do ano: Wislawa Szymborska, Ondjaki, William Blake, Kabir e Mia Couto
Melhor livro de contos do ano: empate entre Fountain and Tomb, Trigger Warning e Tails of wonder and imagination
Melhor autobiografia: The dance gods - Kenny Pearl
Melhor não ficção: Spark Joy - Marie Kondo e Before they were belly dancers - Kathleen W. Fraser
Melhor HQ: Adulthood is a myth
Melhores
livros romance: toda a série Napolitana da Elena Ferrante, Homens
imprudentemente poéticos do Valter Hugo Mãe, A elegância do ouriço da
Muriel Barbery, a trilogia de Castelo Animado da Dianna Wynne Jones,
Sleeping Giants do Sylvain Neuvel e Le Sabotage amoureaux da Amélie
Nothomb, com menção honrosa para The Whitches of New York de Ami McKay e
The Ghostwriter da Alessandra Torre.
Que 2018 seja ainda melhor!