SPOILER FREE
Os últimos meses tem sido difíceis para mim, e para o Brasil também. Então, como eu faço nessas horas, uso meu vício em leitura para praticar um pouco, ou muito, escapismo.
Como bom escapismo literário, precisa ser leve e divertido, para tristeza e desgraça basta olhar em volta. Então, quando saiu o novo livro da australiana Sally Thorne, autora do livro The Hating Game, que li ano passado e amei de paixão, ele entrou automaticamente na minha lista de desejos da Amazon, e por providência divina ele logo depois entrou em promoção.
Seguindo parte da receita do seu primeiro livro sensação, Sally Thorne traz a história de Darcy, uma jovem apaixonada por seu amigo de infância Tom Valeska (passei o livro pensando na Valesca Popozuda hahahahaha). Eles em algum momento tiveram um desentendimento meio complicado, e desde então uma história de amor virou uma história muito estranha de gato e rato.
99 percent mine tem o mesmo estilo de humor de The Hating Game, só que dessa vez as personagens não são fofos, nada fofos. Esse foi o meu problema com livro. Ele é divertido, sim, é bastante engraçado, os diálogos são maravilhosos (esse é o ponto alto da autora). Mas, o livro ficou um tanto quanto desequilibrado por causa disso. Em alguns momentos as personagens são tão malas que você não quer torcer por elas.
Isso quebra totalmente o propósito de um livro tipo água-com-açúcar.
A maioria das personagens só se redime no final da história, mas até lá o estrago, do tipo quero mais que eles morram, já foi feito. Além disso, tem lá umas questões complicadas de auto-imagem corporal da protagonista.
Entendo que é apenas o segundo livro da autora, que teve um sucesso bastante inesperado com o seu debute, além de que ela sofreu uma pressão enorme para esse segundo livro. Mas esse simplesmente não é tão bom.
Entretanto, ainda tenho esperanças para Sally Thorne e pretendo ler novos trabalhos dela.
Nota 8.