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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Duna (Duna #1)



SPOILER FREE

Para o Desafio Literário Popoca de maio, com o tema revoluções e lutas contra sistemas opressores, resolvi encarar um tijolão clássico: Duna. Aclamado pelos amantes de ficção científica, o livro, ou melhor, a saga, já virou filme e série de TV. Além de ter sido uma das inspirações mais óbvias que já vi para Star Wars.

Frank Herbert se tornou um grande marco na literatura de ficção científica com o livro, que fez tanto sucesso que acabou virando uma saga de seis volumes generosos. Isso porque em pleno anos 60 ele criou um mundo futurista, com direito a viagens pelo espaço sideral com ajuda de drogas alucinógenas, toda uma nova ecologia manipulada por seres humanos baseadas num deserto e vários tipos diferentes de tecnologias envolvidos. Aliado a isso, Herbert fez uso de diversas culturas espalhadas pelo mundo, colocou tudo num caldeirão, misturou bem, incluiu diversas palavras de origem oriental e disso tirou várias culturas futuristas com forte base religiosa.

O tamanho do trabalho do autor faz a comparação com Tolkien bastante óbvia, especialmente porque os dois fazem uso de diversos mitos criados para seus próprios mundos para fazer o enredo andar e justificar um monte de coisas. Mas diferentemente de Tolkien, que criou do zero diversos idiomas e, apesar do cunho cristão, conseguiu criar uma mitologia bastante original, Herbert foi bem menos criativo, fazendo uma montanha de apropriações culturais que são bastante complicadas.

Muito da biologia e ecologia que Herbert usou, e que eram novidade na época da publicação do livro, são hoje consideradas bastante ultrapassadas e cheias de problemas e efeitos adversos considerados imprevisíveis. Mas eu não sou formada nisso, confesso que é pura orelhada por ter lido diversos casos que deram muito errado. E apesar do mundo principal onde se passa a história, o planeta deserto de Arrakis, ser muito interessante e diferente, o autor, como Tolkien, passa muito tempo descrevendo um monte de coisas, o que torna a leitura por vezes bastante lenta e pesada.

O enredo principal é supostamente uma jornada de herói. Temos Paul Atreides, que é um herói do tipo O Escolhido previsto numa profecia (Star Wars, duas vezes), que passa a ser reconhecido como tal em Tatooine, quer dizer, Arrakis. Eu disse supostamente? Então, a jornada do herói ou monomito tem de forma resumida as seguintes fases: o mundo comum (a vida do herói antes da jornada); o chamado para a aventura; uma ajuda sobrenatural no início da aventura que leva o herói a ultrapassar um primeiro portal de mudança; o herói encontra um mentor ou um "ajudante" que o guia numa fase de transformações e tentações; o desafio da morte ou abismo (pode ser literal ou não, mas traz revelações e transformam o herói); e o retorno do submundo transformado para a sua apoteose e grande conquista, muitas vezes é uma redenção. Basicamente: Luke Skywalker, Anakin Skywalker, Frodo, Bilbo... todos passam por essas fases nas suas jornadas.

Apesar de dizer lá em cima que não tem spoiler, o enredo é muito conhecido, e muito do que vou dizer está na sinopse do livro ou no primeiro capítulo. Paul é desde o início do livro marcado como o escolhido. Ele é perfeito demais, tem mais técnica, sabedoria e poderes do que deveria. O mundo comum já está previsto para acabar desde sempre, e Paul nunca fez parte dele por sua diferença com relação aos reles mortais. Você pode dizer que o chamado à aventura é a morte do pai dele? É, até dá, mas todos já sabem que isso vai acontecer e de uma forma ou de outra estão preparados para isso, inclusive Paul. Antes da morte do pai, ele já era chamado de profeta pelo povo de Arrakis. Depois da morte, ele tem ajudantes, que não são responsáveis por nenhuma das transformações ou tentações que Paul passa, ele, sendo profeta, o escolhido e superior, faz tudo basicamente sozinho, e também estava previsto na profecia isso. Não há desafio. Paul, podendo ver o futuro, passa por momentos em que o futuro tem possibilidades demais e ele não consegue enxergar bem, mas é só isso. Ah, ele toma narcóticos que o transformam de uma vez por todas e no processo fica em coma, mas para ele dura apenas uns minutos e ele não sofre. Apoteose? Não, temos a profecia se concretizando, algo que em momento algum do livro é posto em dúvida.

Então, o livro é uma jornada do herói incompleta, com pouca tensão e sem reviravoltas ao longo da narrativa. Paul segue quase que a anti-saga, porque ele sabe que é o escolhido e que seu futuro é a Jihad (sério, o autor rouba essa palavra, num orientalismo terrível e um grande desserviço aos muçulmanos). A princípio ele quer tentar evitar a Jihad, porque ele sabe que vai ser catastrófico. Boa parte de tudo o que ele faz no início é para evitar essa guerra, o que é muito heroico. Ele busca alternativas menos violentas. Daí ele cansa, e resolve que vai mesmo fazer a Jihad e pronto. Sem preocupações com quem vai morrer no caminho. Diferentemente da profecia clássica, onde o herói acaba por fazer com que ela aconteça ao tentar evitá-la, Paul sabe da profecia e a partir de um certo ponto decide que tudo bem ela acontecer, tava previsto mesmo, quem vai dizer que ele estava errado? E ele assume esse papel revolucionário por um lado, porque ele realmente luta contra o sistema opressor de Arrakis, mas em troca dele mesmo se tornar o novo grande opressor, o novo imperador profeta do universo. 

Frank Herbert usa vários elementos de narrativas clássicas e faz algumas alterações, o que poderiam torna-lo bastante original, mas cujo resultado não funciona bem dentro do próprio livro. O enredo se autodescreve como sendo a história de um herói (o que não é), e como um povo pode ser destruído ou causar grandes horrores ao seguir um herói. Paul Atreides não é um herói, e, por isso, muitos interpretam Duna como sendo uma narrativa para alertar sobre os problemas de uma civilização se apoiar num líder carismático. O que definitivamente é uma mensagem muito válida, especialmente hoje em dia. O problema é que Paul não é apenas um herói, ele é um profeta, e sua história é contada com uma dose cavalar de misturas de religiões reais que possuem profetas ou heróis e escolhidos, especialmente Cristianismo, Budismo e Islamismo. Ao invés de uma mensagem de cautela, ela pode também ser entendida como um ataque a diversos personagens religiosos importantes: Jesus, Buda, Maomé e outros. Em especial, de todas essas grandes figuras religiosas a que mais se aproxima de Paul e sua história em Duna é Maomé, somando-se o fato inegável que o povo de Arrakis é baseado em árabes e beduínos, o livro pode ser interpretado como um ataque ao Islã. Nos anos 60 ninguém ligava para isso, hoje em dia...

Tudo bem que eu sou chata para essa questão em específico, pois estudo o idioma árabe, história árabe e Islamismo há muitos anos. Mas toda vez que aparecia uma palavra sendo usada e as referências religiosas eu ficava me contorcendo e com vontade de jogar o kindle na parede. Infelizmente, tenho certeza que a maioria das pessoas não percebe nem uma fração do que me incomodou.

E tem a questão do machismo. A sociedade do livro é bastante patriarcal. Apenas homens possuem títulos, mulheres são responsáveis por gerar filhos. Não há mulheres em nenhum tipo de luta formal. Quando elas aparecem lutando ou é a exceção que confirma a regra, ou é uma forma de mostrar o quão bom de luta é determinado povo, onde mulheres, crianças e velhos são todos colocados juntos. Existe uma única casta com algum poder dominada por mulheres, as Bene Gesserit, que são chamadas de bruxas e malvadas durante todo o enredo. Elas possuem treinamento especial em manipulação, não só de pessoas, mas genética também. Ao longo dos séculos elas fazem triagem genética de pessoas em posição de poder para um dia surgir o tal profeta. E elas fazem isso através de casamentos arranjados entre elas mesmas e o imperador, duques, barões etc. Se alguém escrevesse algo assim hoje seria detonado, só digo isso.

Em resumo, é uma história e uma obra que marcou uma época, mas resistiu muito mal ao tempo. Tirando as alegorias mais chamativas que um dia foram originais e não problemáticas, o que sobra é um enredo sem reviravoltas, com muito machismo, apropriação cultural, deserto e areia.

Nota 5, arredondando pra cima.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Dare Me Once (Angel Fire Falls #1)



SPOILER FREE

Cada um passa a pandemia como pode, certo? Eu tenho feito uso pesado de literatura erótica. Ajuda, mas ainda não acertei a dose, demais nunca faz o que promete. E por isso peguei Dare me Once, da americana Shelly Alexander.

Pensa num romance erótico com um monte de gente bonita e legal, sem grandes conflitos, ou pelo menos conflitos fáceis de resolver... e você tem Dare me Once! O livro traz a história de Lily, que está fugindo de um escândalo familiar, e Trace, um pai divorciado que luta para cuidar sozinho do filho com síndrome de Asperger. 

Confesso que não conheço o suficiente da síndrome de Asperger para avaliar o livro nesse aspecto. Mas fiquei com a sensação que Trace também não conhece bem o assunto, apesar da boa intenção com relação ao filho. Lily coitada, foi quase que bode expiatório do escândalo familiar, então ela é uma boa pessoa, excelente profissional, que foi queimada a toa.

Os dois personagens são jovens, bonitos e têm uma química excelente. Logo, a leitura no quesito pimenta é muito boa, e a autora não perde oportunidades e sabe escrever boas cenas de sexo. Excelente leitura leve para quem gosta de literatura erótica. Não chega a ter nada muito exótico nesse âmbito, sendo leve nesse sentido também, mas a autora sabe o que está fazendo.

Ótima sugestão de leitura para aqueles momentos em que você precisa simplesmente descansar o cérebro e não se irritar.

Nota 8.

Romancing Mister Bridgerton (Bridgertons #4) - Os Segredos de Colin Bridgerton



SPOILER FREE

Depois de quase 5 anos sem ler nada da série dos Bridgertons, da escritora americana Julia Quinn, resolvi que a quarentena era uma ótima oportunidade para retomar. Confesso que precisei revisitar as minhas resenhas anteriores para lembrar o que achei da série. Mas para ler o livro não foi necessário, todos os volumes funcionam bem de forma independente.

O quarto livro da série é muito divertido, pelas minhas resenhas anteriores está mais ou menos no mesmo nível do terceiro volume. Dessa vez, o Bridgerton a ser perseguido é Colin, o terceiro filho da família com 8 irmãos, cujas crianças são nomeadas em ordem alfabética (Anthony, Benedict, Colin, Daphne, Elaine, Francesca, Gregory e Hyacinth). Como bom romance de época, a ordem dos livros não é bem etária, visto que as mulheres costumavam casar mais cedo.

Para fazer par com Colin, aparece Penelope, uma personagem presente desde o primeiro livro, mas que até então não tinha recebido muita atenção. Diferentemente dos livros anteriores, aqui Julia Quinn não trata apenas de um romance água com açúcar, mas também de uma questão social interessante da época, que é as mulheres consideradas velhas demais para casar. 

Depois de aparecer em 3 volumes, e somando-se o tempo entre eles, a pobre Penelope já é considerada solteirona, já nem tendo mais aquela pressão social para caçar marido. Sua família já aceitou que ela nunca vai ser casar. Diferentemente, Colin, por ser solteiro, e considerado um tanto velho para manter esse status, sofre mais pressão do que nunca para escolher uma noiva, o que o leva a viver fora de Londres, sempre viajando.

O fofo é que depois de anos fora, Colin simplesmente não consegue entender porque ninguém espera que Penelope arranje um bom partido. Gracinha, né? E a partir daí eles entram numa espécie de jogo de gato e rato bastante interessante.

Enfim, o livro tem a quantidade certa de piadas, uma pequena dose de crítica social, uma pitada de cenas mais românticas (não chega aos pés do primeiro livro, infelizmente, pelo o que me lembro) e ainda é revelado o mistério da identidade de Lady Whistledown, outra personagem presente desde o primeiro volume, responsável por parte do humor da série. Gostei do desfecho? Sim, mas me preocupa a falta da personagem nos livros seguintes.

Dentro do gênero romance água com açúcar com uma dose de erotismo, Julia Quinn faz um bom trabalho. A escrita é fluida, as cenas picantes interessantes e um humor bastante afiado. Melhor que a média do gênero, mas nenhuma obra prima. Para quem curte esse tipo de livro é um prato cheio e de qualidade! Fica a dica.

Nota 8.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

The Consequence of Seduction (Consequence #3)



SPOILER FREE

Eu sou uma leitora compulsiva, sei disso. Eu gosto de literatura erótica, especialmente em momentos tensos ou deprimentes, o que tem sido basicamente constante em 2020. Mas livros como esse da Rachel Van Dyken me fazem repensar minhas escolhas de leitura.

Meus amigos dizem que sou masoquista quando pego algo assim para ler, mas outro dia no Goodreads alguém me disse que na verdade eu tenho vigor para ler coisa ruim, o que eu acho uma descrição muito melhor. A questão é que nem sempre dá pra dizer o quão ruim um livro é até chegar no final, o que não foi esse o caso, The Consequence of Seduction é ruim do início ao fim sem pausa de respiro. Mas às vezes eu também gosto de ler o livro ruim até a última página para poder reclamar com Propriedade.

Esse foi meu primeiro, e provavelmente último, livro da americana Rachel Van Dyken. Apesar de ser o terceiro volume de uma série, a autora afirma que ele é um stand alone, o que é, de certa forma, verdade. Aqui acompanhamos a história absurdamente improvável Reid e Jordan, um ator que aparentemente perdeu o jeito com as mulheres depois de ser abusado por uma velhinha (é sério), e sua nova agente de relações públicas, que é invisível (quase literalmente).

A lista de problemas desse livro é tão grande que nem sei por onde começar! Ele é tão mal escrito que eu confesso que continuei lendo porque não consegui acreditar que aquilo realmente tinha sido publicado. É nível fanfic de ruim. Cheio de pseudo piadas muito toscas e de mal gosto. E pensar que é o terceiro livro numa série, que, pelo conteúdo desse volume, segue exatamente o mesmo padrão.

Por favor, fiquem longe, tem muita literatura erótica boa por aí.

Nota 2.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Batman: Nightwalker (DC Icons #2) - Batman: Criaturas da Noite



SPOILER FREE

Depois de ler o primeiro livro da série DC Icons, Mulher Maravilha: Sementes da Guerra, tomei coragem e resolvi ler o volume seguinte, Batman: Criaturas da Noite. A série da DC, iniciada em 2017, já possui quatro volumes, e cada um é escrito por um ícone da literatura young adult atual. Dessa vez temos a chinesa radicada nos EUA Marie Lu, famosa pelas séries Legend, Warcross e The Young Elites.

Depois de um primeiro livro morno e com uma história de origem, confesso que comecei a ler Batman animada para ver uma aventura do homem morcego. Aviso logo que esse é mais um livro de origem. Só que diferentemente da origem mitológica da Mulher Maravilha, Batman tem uma história de origem chatinha, né? Até porque na maioria das vezes o que se tem é apenas a motivação na infância de Bruce para enfrentar o crime.

Podia ser uma história de origem com jeitão de jornada do herói, onde vemos Bruce aprendendo artes marciais, sobre psicologia criminal, tendo algum tipo de mentor desconhecido, nem que fosse o Alfred. Mas não é isso que Marie Lu traz. Temos Bruce sendo rico, dando festas, terminando o high school numa escola privada, bisbilhotando sua própria empresa atrás do Lucius Fox e fazendo m porque ele tem dinheiro.

E de pano de fundo temos os Nightwalkers do título original, uma gangue que mata milionários e rouba suas fortunas. O resto do enredo é tão óbvio que mesmo sem dizer nada me pergunto se vale o spoiler free lá de cima.

O problema do Batman é que o Bruce é chato! A história do Bruce é chata. E como alterego é interessante que seja assim, senão seria óbvio quem o Batman é, certo? Então uma história de origem para ser legal e cativante não podia ficar muito tempo focada no Bruce sendo Bruce. O nome Batman só aparece no título! Me senti enganada.

Nota 5.

terça-feira, 12 de maio de 2020

Something Real



SPOILER FREE

Sabe aquele livro que você não sabe muito bem porque ou quando comprou? Esse é um desses para mim. Talvez tenha sido a capa, talvez tenha sido o blurb, que realmente é interessante: Bonnie ™, 17 anos, cresceu na TV - ela e seus doze irmãos são as estrelas do reality show de sucesso Baker's Dozen. Desde o cancelamento do programa e o escândalo que o envolveu, Bonnie ™ tentou viver uma vida normal, fora dos holofotes. Mas tudo está prestes a desmoronar ... porque Baker's Dozen está voltando ao ar.

Pensa no filme O Show de Truman, só que com pessoas que sabem que estão num reality show, e com uma família que tem 13 crianças de idades diferentes. As crianças mais velhas, incluindo aí Bonnie ™ (sim, os nomes todos possuem marca registrada ao longo de todo o livro), se referem aos seus anos de idade como as temporadas da série Baker's Dozen. Aliás, vale uma explicação do título: são 13 crianças porque os pais "originais" queriam uma família com 13 filhos, e como o sobrenome deles é Baker e a expressão Baker's Dozen se refere a 13 unidades mesmo (algo relacionado a uma lei medieval inglesa sobre quantidade de farinha em pães), daí o nome do reality show. 

De todas as crianças, apenas Bonnie ™ nasceu ao vivo, e ela tem mais 2 irmãos de sangue (apesar de serem de mães de aluguel), todas as demais crianças foram adotadas ao longo das temporadas da série. E, claro, tudo foi devidamente televisionado, inclusive o divórcio dos pais "originais". Óbvio que tudo isso deixou marcas nas crianças, especialmente nos três mais velhos que ficaram mais tempo "no ar", e que agora são adolescentes lutando para entrar em faculdades.

A autora Heather Demetrios criou um enredo extremamente cativante, contado da perspectiva de Bonnie ™, que precisou lutar muito para superar sua infância e ter uma vida próxima do normal com mais 12 irmãos. Quando ela descobre que o show vai voltar ao ar e tudo o que ela lutou para ter pode desaparecer da noite para o dia, ela e seu irmão mais velho Benton ™ acabam unindo forças para ter algo que se pareça com privacidade.

O livro trata de identidade, como reality shows podem não ser nada realistas, sobre privacidade, sobre o poder dos pais sobre seus filhos, relacionamentos, homossexualidade... é uma história extremamente rica que a autora soube explorar muito bem e de forma muito original.

Fiquei extremamente surpresa. São poucos os livros young adult que são tão bem escritos e com um enredo tão inédito. Super recomendo a leitura para todas as idades. Infelizmente ele ainda não foi traduzido para o português, apesar de ter sido lançado em 2014.

Nota 10!

Twice in a Blue Moon



SPOILER FREE

Conheci a dupla de autoras que forma Christina Lauren quando li o fofíssimo Josh and Hazel's Guide to not dating. Por conta dessa excelente primeira impressão, e por conta de diversas boas resenhas de amigos sobre Twice in a Blue Moon, acabei tirando o livro da estante.

Que decepção... o que Josh and Hazel tinha de interessante e divertido, Twice in a Blue Moon tem de clichê. As autoras trazem dessa vez a história de Tate, uma menina filha de um ator famoso de cinema, mas que vive no anonimato, e que se apaixona pela primeira vez numa viagem a Londres com a avó. Essa primeira parte da história é muito adolescente. Muito muito muito muito muito adolescente, com o respectivo drama e chatice, que eu não esperava encontrar no livro, o que foi bastante desagradável, porque eu não estava preparada para isso.

Claro que segundo o clichê, e fazendo jus ao título do livro, Tate e seu primeiro amor se reencontram. Só que agora Tate não vive mais no anonimato, mas ainda não superou o trauma e nem a paixão de Londres. Isto é, clichê com clichê e mais um pouquinho de clichê. Se pelo menos fosse recheado de bons diálogos e diversão até teria sido um resultado interessante, mas apesar da escrita ser ok, o livro é na verdade bem mediano. Pelo menos ele curtinho, e passa rápido. 

Para quem gosta de young adults com um quê de romance, é uma leitura legal, apesar de pouco notável ou original.

Nota 7.

A Day at the Office



SPOILER FREE

Conheci o autor inglês Matt Dunn há relativamente pouco tempo, com o livro 13 dates, que me deixou positivamente surpresa. Não é sempre que encontramos um autor homem escrevendo bem histórias românticas. Apesar de não ser o suprassumo do gênero, guardei o nome do autor para futuras leituras.

Daí esse ano, com todos os seus problemas, me levou a ler mais livros leves do que o meu normal, e Matt Dunn entrou em promoção na Amazon, e, assim, acabei pegando para ler A Day at The Office. A melhor descrição desse volume é uma versão limitada a um escritório do filme Simplesmente Amor. Como a história se passa no dia dos namorados (versão inglesa! 14 de fevereiro é Valentine's Day), e é montada em torno de encontros e desencontros amorosos com personagens muito ingleses, a comparação é inevitável. Mesmo com o filme se passando no Natal, ele ainda gira em torno de uma data comemorativa comercial com personagens muito ingleses e encontros e desencontros amorosos.

Como sou fã do filme, o livro ganhou vários pontos comigo quando percebi a semelhança no jeitão do enredo. E os personagens de Matt Dunn são muito divertidos, com excelentes diálogos e um humor bastante inglês que me agrada. Apesar de algumas improbabilidades serem usadas para fazer a história andar e dar um toque extra de comicidade, não fiquei com a sensação de forçação de barra. No geral, ficou apenas mais divertido. E diferentemente do livro anterior que li do autor, os finais das histórias românticas são bastante realistas e variadas, sem cair nos clichês de final feliz que poderiam muito bem ter sido usados aqui até cansar.

Uma leitura excelente para quem gosta de romances e para quem precisa de um livro mais leve na vida.

Nota 9.