SPOILER FREE
Esse é um poeta e místico persa, do século
XIV. É um dos poetas muçulmanos mais famosos depois de Rumi (pelo menos
no Ocidente Rumi é mais comentado), e ele estava há anos na minha lista
de leituras. Infelizmente não existem muitas opções de traduções dele
disponíveis (ou fáceis de achar).
Essa tradução em específico foi feita pela inglesa Gertrude Bell, uma mulher corajosa que trabalhava na Arábia para a coroa inglesa no final do século XIX e início do século XX. Quase uma versão feminina do Lawrence da Arábia. E nesse volume também tem disponível uma introdução até bastante longa e completa sobre a história do poeta, além de diversas notas explicativas de alguns poemas (apesar das notas não estarem numeradas nos poemas em si, o que me fez descobrir que elas existiam apenas no final da leitura, uma pena).
A maior parte das poesias de Hafiz tratam do êxtase, tanto amoroso quanto do vinho, que são temas comuns em algumas linhas de místicos sufis, e pessoalmente eu gosto muito desse tipo de obra. Portanto, tinha tudo para ter amado de paixão a obra de Hafiz.
O problema, desconfio, está na tradução da Gertrude. Não especificamente por achar que ela traduziu mal o conteúdo, de jeito nenhum, a mulher era uma intelectual que falava fluentemente o árabe. Mas veja bem, ela era vitoriana, o que provavelmente a levava a ter um posicionamento um tanto quanto conservador, e a escolha dela na forma da tradução me leva a crer que isso passou para a tradução também. Afinal, eu tenho certeza que Hafiz não escrevia algo que lembra Shakespeare. É, a tradução da inglesa lembra Shakespeare.
O que eu mais queria era uma versão bilíngue do Hafiz, para poder dar uma checada na tradução, mas nunca achei uma. A falta de traduções de textos clássicos do oriente médio sempre me surpreende. Não é a toa que temos tanto preconceito. Não entendemos nada deles, afinal não temos contato nenhum com a sua cultura.
Independentemente do fator shakesperiano da tradução, a obra de Hafiz é muito bonita e eu gostei muito de diversos poemas apresentados nesse livro (que é só uma porção do que sobreviveu da obra do poeta). Já estou procurando outros volumes (e traduções!).
Nota 8,5.
Essa tradução em específico foi feita pela inglesa Gertrude Bell, uma mulher corajosa que trabalhava na Arábia para a coroa inglesa no final do século XIX e início do século XX. Quase uma versão feminina do Lawrence da Arábia. E nesse volume também tem disponível uma introdução até bastante longa e completa sobre a história do poeta, além de diversas notas explicativas de alguns poemas (apesar das notas não estarem numeradas nos poemas em si, o que me fez descobrir que elas existiam apenas no final da leitura, uma pena).
A maior parte das poesias de Hafiz tratam do êxtase, tanto amoroso quanto do vinho, que são temas comuns em algumas linhas de místicos sufis, e pessoalmente eu gosto muito desse tipo de obra. Portanto, tinha tudo para ter amado de paixão a obra de Hafiz.
O problema, desconfio, está na tradução da Gertrude. Não especificamente por achar que ela traduziu mal o conteúdo, de jeito nenhum, a mulher era uma intelectual que falava fluentemente o árabe. Mas veja bem, ela era vitoriana, o que provavelmente a levava a ter um posicionamento um tanto quanto conservador, e a escolha dela na forma da tradução me leva a crer que isso passou para a tradução também. Afinal, eu tenho certeza que Hafiz não escrevia algo que lembra Shakespeare. É, a tradução da inglesa lembra Shakespeare.
O que eu mais queria era uma versão bilíngue do Hafiz, para poder dar uma checada na tradução, mas nunca achei uma. A falta de traduções de textos clássicos do oriente médio sempre me surpreende. Não é a toa que temos tanto preconceito. Não entendemos nada deles, afinal não temos contato nenhum com a sua cultura.
Independentemente do fator shakesperiano da tradução, a obra de Hafiz é muito bonita e eu gostei muito de diversos poemas apresentados nesse livro (que é só uma porção do que sobreviveu da obra do poeta). Já estou procurando outros volumes (e traduções!).
Nota 8,5.
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