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quinta-feira, 23 de abril de 2020

The Shining - O Iluminado



SPOILER FREE

De tempos em tempos eu gosto de reler livros que me marcaram. Dessa vez o empurrãozinho que faltava era um amigo me convidar para um podcast de filmes. Explico, eu não sou entendida de cinema, mas gosto de pensar que depois de ler tanto entendo algo de livros, logo, sugeri como tema adaptações. Após algumas indas e vindas, um dos filmes que decidimos analisar foi O Iluminado. Para constar, ainda não gravamos o podcast, mas aviso aqui quando estiver pronto.

Reler O Iluminado foi uma experiência muito boa. Eu lembrava da sensação do livro ser maravilhoso, mas faz quase 10 anos que o li, então podia ser uma coisa de fase, de idade, de época... mas não, posso dizer que fiz o tira-teima, e O Iluminado passou com louvor. É provável que seja a obra-prima de Stephen King, de tão bem escrito.

Continuo achando que faz diferença saber pelo menos o casting do filme do Kubrick, pois, apesar das descrições físicas serem um pouco diferentes, os atores estão todos maravilhosos nesses papéis. E enriquece muito a leitura visualizar os personagens como Jack Nicholson, Shelley Duvall e Danny Lloyd. Apesar do livro ser muito melhor que o filme, o filme em si não faz feio, em especial por causa do trabalho impecável desses atores.

A grande diferença entre os dois está no final da história, onde o livro é bem mais interessante e angustiante. Não sei o que deu no Kubrick para mudar, talvez tenha sido uma questão de orçamento ou pura dificuldade técnica. Mas o livro consegue ser bem mais assustador. Vou tentar parar as comparações com o filme aqui para ter o que falar no podcast...

A edição que eu tenho do livro é de aniversário, então ela tem um prefácio do autor também, bem interessante, onde King fala sobre as escolhas que ele fez ao escrever O Iluminado e que tornam o trabalho tão rico. Muitos livros de King seguem uma vertente de terror bastante sobrenatural, e os antagonistas muitas vezes são bastantes simples (quem manda ser tão prolífico? não tem como ser maravilhoso sempre), mas aqui o autor fez uma decisão audaciosa: é difícil de definir quem é o verdadeiro culpado por toda a tragédia, o hotel Overlook ou Jack Torrence

Com exceção do Overlook, os personagens são bastante complexos, com questões emocionais próprias que por si só já bastariam para uma história muito interessante. Daí se soma o lado sobrenatural e você tem a riqueza que é O Iluminado. Vale cada uma das suas quase 700 páginas.

Nota 10, de novo.

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