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terça-feira, 14 de abril de 2020

Pétronille



SPOILER FREE

Uma das melhores coisas de escrever resenhas é poder falar de autores que a gente ama. E é ainda melhor quando temos a oportunidade de apresentar um autor desses para novos leitores. Eu posso dizer com todas as letras que amo Amélie Nothomb. Eu leria até a lista de supermercado dessa mulher.

Amélie Nothomb é uma autora belga, com poucas traduções para o português (Metafísica dos Tubos, Medo e Submissão e Catilinárias, pode comprar e ler todos pra ontem), mas muito premiada na Europa, especialmente na França e na Bélgica. Ela é conhecida por seus romances um tanto quanto absurdos e de humor extremamente ácido.

E essas características se aplicam aos dois tipos de livro que ela escreve: os romances e as autobiografias. Eu sou particularmente fã das autobiografias (Metafísica dos Tubos e Medo e Submissão são exemplos, tudo esgotado, compre em sebo, mas compre e leia pra ontem), porque ela consegue te convencer que mesmo as situações mais absurdas são todas 100% reais e ela passou por aquilo. E ela não tem o menor senso de vergonha. É lindo. Ela ainda por cima escreve bem. Não importa se eu a leio em francês ou português, sua prosa é maravilhosa.

Pétronille se encaixa na categoria das autobiografias, portanto, ideal para o tema de abril do Desafio Literário Popoca. Nesse livro, Amélie nos conta sobre sua busca de uma companheira de bebedeira, em especial para entornarem Champagne (quem vive na França pode, né?), e essa pessoa surge na figura de Pétronille, uma fã sua com quem ela trocou algumas cartas antes de se conhecerem na vida real. Pouco depois do lançamento do livro, Nothomb finalmente entregou o nome da Pétronille na vida real, é a autora francesa Stéphanie Hochet, que agora eu vou precisar ler para conhecer, claro.

Dentro da obra literária de Amélie Nothomb, Pétronille não é seu melhor trabalho, preciso dizer, mas como livro e dentro do estilo da autora, certamente não faz feio e é uma delícia de ler. Como tudo o que ela escreve, ou te diverte ou te deixa nervosa, com frequência os dois ao mesmo tempo, e no final você acha que foi uma experiência incrível que você quer passar de novo.

Esse livro só me deixou triste por dois motivos, primeiro, eu esperava mais de Amélie no final dele, mas não posso dizer que está fora do estilo da autora, segundo, agora eu tenho menos um livro dela para ler em casa, e achar livros novos dela para comprar não é exatamente fácil. Cada vez que a pilha de livros a ler dela diminui eu fico triste.

Nota 9.

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