SPOILER FREE
Outro livro vindo diretamente da última Primavera dos Livros! Dessa vez o autor afegão decidiu pegar ainda mais pesado nas suas descrições sobre as penúrias da sua terra natal. Ee Terra e Cinzas já é triste, Syngué Sabour é de cortar os pulsos.
Contando a história de uma mulher quase viúva (só lendo para entender, eu não vou contar), ele faz um apanhado de tudo de ruim, humilhante, triste, injusto e inaceitável que pode acontecer a uma mulher afegã. Tudo isso com uma guerra fratricida de pano de fundo. Para piorar, na contra-capa do livro ainda vem explicando que ele escreveu essa história em homenagem a uma amiga que foi espancada até a morte pelo marido.
Adoro o mundo árabe, mas essas coisas me deixam furiosa.
O livro faz você ter vontade de matar esses homens covardes que tem por aí, não só no mundo árabe não, porque é hipocrisia achar que só eles são assim. Aqui não é tão diferente. Ao invés de burcas, usamos minisaias e shorts que mostram até o útero. Não vejo diferença. É tudo prisão.
Mas, voltando ao livro, depois desse desabafo. A história é só tragédia, uma atrás da outra, quando você acha que não pode piorar, o autor te mostra errado. Ainda bem que o livro é curto, senão eu não sei onde Atiq conseguiria chegar. Para quem quer saber o que pode acontecer de ruim quando as mulheres são mal tratadas, diminuídas e inferiorizadas, é um prato cheio. Para quem nunca refletiu sobre o assunto, recomendo ler o livro ou assistir Monólogos da Vagina (a peça original, faz favor, nada daquela palhaçada que o Miguel Falabela montou aqui em terras tupiniquins).
O final é meio brochante, confesso que esperava mais do autor. Mas, a viagem é mais importante que o destino.
Nota 9
Espaço para eu escrever sobre o que eu leio... Com espaço também para falar sobre autores que eu gosto e que eu não gosto... porque falar dos outros é fácil!!!
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
ioga para quem não está nem aí
SPOILER FREE
Hoje estou tentando colocar o blog em dia. Estou muito atrasada. Então vamos lá.
Eis um livro que tem um título perfeito para ele mesmo. Perfeito. Só que não fala de ioga. Não passa nem perto. Mas é para quem não está nem aí. Mesmo. Então tá tudo ótimo.
O autor traz um livro de contos pessoais (a princípio as histórias são acontecimentos reais na sua vida de jornalista), todos sem pé nem cabeça. Esqueça a ordem cronológica, ninguém pensa nisso com a cabeça cheia de ácido e maconha. O que, pelo o que o autor conta, ele está o tempo inteiro.
Então ele viaja o tempo todo na batatinha, barcos, carros, aviões e muitas drogas. Algumas histórias são interessantes, beiram até mesmo o cômico. Outras são simplesmente contos para dizer que drogas são legais e não tem o menor problema usá-las, o que eu, pessoalmente, não gostei. O livro parece uma apologia à maconha, regada a histórias sobre comunidades, pessoas alternativas e paisagens deslumbrantes.
Além disso, o autor parece o tempo todo não se importar com nada. Absolutamente nada. Ele realmente não está nem aí. O que eu, sinceramente, achei muito triste e deprimente.
Em compensação, o livro é cheio de sitações interessantes, alguma literais, outras disfarçadas, o que torna a leitura mais agradável. E, sem sombra de dúvida, é uma leitura leve. O autor é daqueles usuários que fica feliz quando se droga, então não tem como ser pesado.
Nota 6 porque daria um filme com paisagens bonitas.
Hoje estou tentando colocar o blog em dia. Estou muito atrasada. Então vamos lá.
Eis um livro que tem um título perfeito para ele mesmo. Perfeito. Só que não fala de ioga. Não passa nem perto. Mas é para quem não está nem aí. Mesmo. Então tá tudo ótimo.
O autor traz um livro de contos pessoais (a princípio as histórias são acontecimentos reais na sua vida de jornalista), todos sem pé nem cabeça. Esqueça a ordem cronológica, ninguém pensa nisso com a cabeça cheia de ácido e maconha. O que, pelo o que o autor conta, ele está o tempo inteiro.
Então ele viaja o tempo todo na batatinha, barcos, carros, aviões e muitas drogas. Algumas histórias são interessantes, beiram até mesmo o cômico. Outras são simplesmente contos para dizer que drogas são legais e não tem o menor problema usá-las, o que eu, pessoalmente, não gostei. O livro parece uma apologia à maconha, regada a histórias sobre comunidades, pessoas alternativas e paisagens deslumbrantes.
Além disso, o autor parece o tempo todo não se importar com nada. Absolutamente nada. Ele realmente não está nem aí. O que eu, sinceramente, achei muito triste e deprimente.
Em compensação, o livro é cheio de sitações interessantes, alguma literais, outras disfarçadas, o que torna a leitura mais agradável. E, sem sombra de dúvida, é uma leitura leve. O autor é daqueles usuários que fica feliz quando se droga, então não tem como ser pesado.
Nota 6 porque daria um filme com paisagens bonitas.
As Frias Flores de Abril
SPOILER FREE
Entrei em contato com a obra de Ismail Kadaré há muitos anos, antes mesmo do fatídico filme brasileiro (que por sinal, detesto!), e sua literatura triste me encanta. Quase dá vontade de conhecer a Albânia. Quase.
As frias flores de abril (será que ele tem um problema com esse mês?) é um livro muito interessante, mas estranho. A história simplesmente não é importante. Nada realmente acontece até quase o final do livro. E mesmo assim, o que acontece também não é o que importa. Esquisito, né?
Mas o que o autor realmente traz à tona com a história, ou falta dela, é a sensação. É isso que ele me passou: a sensação de se viver num país que acabou de sair de uma ditadura comunista (sem julgamentos, por favor). De certa forma, acabei por me lembrar de outro livro desse ano, Versos Satânicos, pois assim como Rushdie, Kadaré aqui também se utiliza das histórias paralelas. Falando nessas histórias paralelas, novamente o autor prima pelas sensações com elas, pois nunca vi descrições de sonhos tão maravilhosas. Sério, você realmente se sente num sonho! E ele consegue fazer isso mais de uma vez! Merecia um Nobel só por isso.
Nota 9,5 porque sim.
Entrei em contato com a obra de Ismail Kadaré há muitos anos, antes mesmo do fatídico filme brasileiro (que por sinal, detesto!), e sua literatura triste me encanta. Quase dá vontade de conhecer a Albânia. Quase.
As frias flores de abril (será que ele tem um problema com esse mês?) é um livro muito interessante, mas estranho. A história simplesmente não é importante. Nada realmente acontece até quase o final do livro. E mesmo assim, o que acontece também não é o que importa. Esquisito, né?
Mas o que o autor realmente traz à tona com a história, ou falta dela, é a sensação. É isso que ele me passou: a sensação de se viver num país que acabou de sair de uma ditadura comunista (sem julgamentos, por favor). De certa forma, acabei por me lembrar de outro livro desse ano, Versos Satânicos, pois assim como Rushdie, Kadaré aqui também se utiliza das histórias paralelas. Falando nessas histórias paralelas, novamente o autor prima pelas sensações com elas, pois nunca vi descrições de sonhos tão maravilhosas. Sério, você realmente se sente num sonho! E ele consegue fazer isso mais de uma vez! Merecia um Nobel só por isso.
Nota 9,5 porque sim.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Antéchrista
SPOILER FREE
Amelie Nothomb é uma escritora estranha, que traz sentimentos no mínimo esquisitos para quem a lê. Às vezes você sente até mesmo repulsa lendo seus contos absurdos, outras vezes pena, outras vezes você acha engraçado aquele absurdo todo. Não importa o que você sente, você sempre vai sentir alguma coisa, pois ninguém fica indiferente a essa escritora belga nascida no Japão (com essa mistura de culturas não tinha como ser normal, né?).
Eu sou fã dela, se ainda não deu para perceber, e sou daquelas fãs que tem os livros tanto no original quanto traduzidos, só pelo prazer de ler em mais de uma língua. Como os livros dela em português são razoavelmente raros, aproveitei minha viagem a França para trazer tudo que eu ainda não tinha dela e que encontrei pela frente. Como ela escreve muito, voltei com muitos livros. E, obviamente, ainda não li todos, pois minha pilha de livros para ler é gigante, e só cresce, apesar do meu ritmo alucinado de leitura.
Mas estou evitando o assunto desse post. Vou confessar o porquê: não gostei do livro. O estilo é bem característico da autora, o tema também, mas dessa vez eu não gostei do tema central do livro. Achei um pouco adolescente demais para o meu gosto. O livro é bom, não entendam mal, mas não caiu nas minhas graças. Sabe como é?
A única coisa que eu ADOREI no livro foi o final. Achei incrível. AMEI. Valeu a pena a leitura quase forçada só para ler esse desfecho. Depois de toda aquela enrolação aborrecente, toda aquela insegurança bizarra, cenas absurdas que só a autora sabe fazer, o final foi realmente digno do estilo Amelie Nothomb. Fiquei horas imaginando aquela cena na minha cabeça e rindo enlouquecidamente.
Nota 7, só por causa do final.
PS: o livro já foi lançado em português, com o título Anticrista
Amelie Nothomb é uma escritora estranha, que traz sentimentos no mínimo esquisitos para quem a lê. Às vezes você sente até mesmo repulsa lendo seus contos absurdos, outras vezes pena, outras vezes você acha engraçado aquele absurdo todo. Não importa o que você sente, você sempre vai sentir alguma coisa, pois ninguém fica indiferente a essa escritora belga nascida no Japão (com essa mistura de culturas não tinha como ser normal, né?).
Eu sou fã dela, se ainda não deu para perceber, e sou daquelas fãs que tem os livros tanto no original quanto traduzidos, só pelo prazer de ler em mais de uma língua. Como os livros dela em português são razoavelmente raros, aproveitei minha viagem a França para trazer tudo que eu ainda não tinha dela e que encontrei pela frente. Como ela escreve muito, voltei com muitos livros. E, obviamente, ainda não li todos, pois minha pilha de livros para ler é gigante, e só cresce, apesar do meu ritmo alucinado de leitura.
Mas estou evitando o assunto desse post. Vou confessar o porquê: não gostei do livro. O estilo é bem característico da autora, o tema também, mas dessa vez eu não gostei do tema central do livro. Achei um pouco adolescente demais para o meu gosto. O livro é bom, não entendam mal, mas não caiu nas minhas graças. Sabe como é?
A única coisa que eu ADOREI no livro foi o final. Achei incrível. AMEI. Valeu a pena a leitura quase forçada só para ler esse desfecho. Depois de toda aquela enrolação aborrecente, toda aquela insegurança bizarra, cenas absurdas que só a autora sabe fazer, o final foi realmente digno do estilo Amelie Nothomb. Fiquei horas imaginando aquela cena na minha cabeça e rindo enlouquecidamente.
Nota 7, só por causa do final.
PS: o livro já foi lançado em português, com o título Anticrista
domingo, 21 de novembro de 2010
Contos marroquinos modernos e Primavera dos Livros
SPOILER FREE
Bom, para falar desse livro, preciso dar uma volta... eu ganhei um exemplar da minha mãe, que o comprou na feira Primavera dos Livros, que aconteceu há pouco mais de um mês no Palácio do Catete.
Ela ainda me deu um monte de panfletos da feira e da editora, dizendo que a feira era maravilhosa e que eu não podia perder etc etc etc. Em suma, acabei indo na feira, com apenas 1 hora para visitá-la, pois tinha outro compromisso depois (que nem me lembro mais qual era).
Achei a feira muito boa, bem organizada, as editoras eram realmente menores e muitas trabalhavam com títulos bem alternativos. Obviamente saí de lá com quase meia dúzia de livros (em 1 hora de feira! Imagine se tivesse ficado mais...), e uma impressão chata da editora do Contos Marroquinos. Os panfletos da editora prometiam uma editora voltada a obras árabes, com vários títulos diferentes e/ou exclusivos. O único livro interessante dela era o que minha mãe tinha me dado. Sério. Tinha também um dicionário português-árabe e um outro livro de contos de um autor brasileiro(!). E era basicamente isso. Fiquei decepcionada.
Achei muito mais títulos árabes em outra editora (a que edita hoje os livros do Atiq Rahimi).
Mas agora vamos ao livro, que resolvi ler agora só porque estou atrasada com minha meta anual (ele é bem fininho). Bom, para não ser injusta, obviamente que a temática me interessa muitíssimo, já que adoro a literatura árabe (como vocês já devem ter percebido).
O livro realmente é moderno, com contos em estruturas bem modernas e temática social, com ênfase na miséria e sentimento de invasão estrangeira no Marrocos, o que por si só torna o livro muito interessante. Cada autor tem apenas um conto publicado no livro, e cada um tem um estilo bem particular,o que deixa a leitura bem variada, além de mostrar o pluralismo dos escritores marroquinos.
Particularmente, gostei muito do primeiro conto, História da cabeça decepada, e dos contos O guardião do museu e O louco das rosas. Para mim são os melhores do livro. Outros, como Sete sinos para o tempo das laranjas, são um pouco surreais ou, se preferir, modernos demais para o meu gosto.
Em outras palavras, o livro tem seus altos e baixos, mas é uma oportunidade para quem quer ver como a literatura anda no Marrocos, já que temos tão pouco acesso a ela. Vale a pena a leitura.
Nota 8
Bom, para falar desse livro, preciso dar uma volta... eu ganhei um exemplar da minha mãe, que o comprou na feira Primavera dos Livros, que aconteceu há pouco mais de um mês no Palácio do Catete.
Ela ainda me deu um monte de panfletos da feira e da editora, dizendo que a feira era maravilhosa e que eu não podia perder etc etc etc. Em suma, acabei indo na feira, com apenas 1 hora para visitá-la, pois tinha outro compromisso depois (que nem me lembro mais qual era).
Achei a feira muito boa, bem organizada, as editoras eram realmente menores e muitas trabalhavam com títulos bem alternativos. Obviamente saí de lá com quase meia dúzia de livros (em 1 hora de feira! Imagine se tivesse ficado mais...), e uma impressão chata da editora do Contos Marroquinos. Os panfletos da editora prometiam uma editora voltada a obras árabes, com vários títulos diferentes e/ou exclusivos. O único livro interessante dela era o que minha mãe tinha me dado. Sério. Tinha também um dicionário português-árabe e um outro livro de contos de um autor brasileiro(!). E era basicamente isso. Fiquei decepcionada.
Achei muito mais títulos árabes em outra editora (a que edita hoje os livros do Atiq Rahimi).
Mas agora vamos ao livro, que resolvi ler agora só porque estou atrasada com minha meta anual (ele é bem fininho). Bom, para não ser injusta, obviamente que a temática me interessa muitíssimo, já que adoro a literatura árabe (como vocês já devem ter percebido).
O livro realmente é moderno, com contos em estruturas bem modernas e temática social, com ênfase na miséria e sentimento de invasão estrangeira no Marrocos, o que por si só torna o livro muito interessante. Cada autor tem apenas um conto publicado no livro, e cada um tem um estilo bem particular,o que deixa a leitura bem variada, além de mostrar o pluralismo dos escritores marroquinos.
Particularmente, gostei muito do primeiro conto, História da cabeça decepada, e dos contos O guardião do museu e O louco das rosas. Para mim são os melhores do livro. Outros, como Sete sinos para o tempo das laranjas, são um pouco surreais ou, se preferir, modernos demais para o meu gosto.
Em outras palavras, o livro tem seus altos e baixos, mas é uma oportunidade para quem quer ver como a literatura anda no Marrocos, já que temos tão pouco acesso a ela. Vale a pena a leitura.
Nota 8
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Comme un roman
SPOILER FREE
Esse foi um livro indicado por um amigo meu, que está estudando francês e que lê o meu blog (imagino eu, pelo comentário que ele fez). Ele me disse que era um tipo de leitura que me agradaria. E ele acertou em cheio!
O livro já foi lançado em português também, com o título "Como um romance" (bem óbvio, não?), e trata de uma temática muito parecida com outro livro que já li esse ano, Como falar dos livros que não lemos. Só que o viés aqui é de como fomentar a leitura para quem não gosta de ler, ou tem preconceito, e faz uma crítica ferina à forma como a literatura é tratada pelo sistema de ensino tradicional (inclusive aqui no Brasil). Além disso, ele também briga com o "dogma" de que "é preciso ler" e menciona alguns direitos inalienáveis aos leitores.
Em certas partes o livro parece até uma espécie de auto-ajuda para os pais que querem estimular os seus filhos a ler, o que não deixa de ser interessante, com muitas pitadas de histórias verídicas interessantes de professores que atingiram esse objetivo.
Uma coisa que me tocou no meu processo de leitura é que eu pude me identificar com as idéias do autor, pois aquilo que ele sugere que pais façam, meu pai fez comigo. O que não deixa de ser curioso e engraçado, pois ele nunca foi um leitor ávido, mas eu acabei uma leitora compulsiva, provavelmente por culpa dele (tão bom botar a culpa nos outros, né?).
Além de toda a parte de auto-ajuda, o livro ainda analisa os direitos do leitor (a melhor parte do livro na minha opinião), e que faço questão de colocar aqui (não é spoiler, estão na contracapa do livro!):
- Le droit de ne pas lire - O direito de não ler. Simples e direto, não?
- Le droit de sauter des pages - O direito de pular páginas. Atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Pensando bem, atire não, é um direito mesmo. Inegável. Inegociável.
- Le droit de ne pas finir un livre - O direito de não terminar um livro. Bom, depois do direito de pular páginas, não tem como não chegar nesse direito, né?
- Le droit de relire - O direito de reler.
- Le droit de lire n'importe quoi - O direito de ler qualquer coisa. Até bula de remédio? Por que não? Tem gosto pra tudo, até Paulo Coelho tem uma legião de fãs. Lembrando que gostar de algo não faz daquilo algo bom, nem desgostar faz ser ruim.
- Le droit au bovarysme (maladie textuellement transmissible) - O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível). Aqui é preciso explicar um pouco, ele remete ao romance Madame Bovary, de Flaubert, mais especificamente à inocência da personagem principal, que busca apenas satisfazer os seus sentidos/vontades. Em outras palavras, é aquele frisson adolescente pelo qual todos passamos, e que Crepúsculo exemplifica tão bem hoje. Em outras palavras, não cuspa no prato que comeu, todos passam por essa fase, com ou sem livros.
- Le droit de lire n'importe où - O direito de ler em qualquer lugar. Eu pessoalmente adoro ler no metrô. Acho que os chefes são os únicos que não concordam com esse direito. Mas eles não precisam saber de tudo, não é mesmo?
- Le droit de grappiller - O direito de ler "aleatoriamente". Se você gosta de abrir um livro em qualquer página e ler a primeira frase que saltar aos olhos, esse é o seu direito.- Le droit de lire à haute voix - O direito de ler em voz alta. Os contadores de histórias são quase uma prova viva desse direito. E tem algumas coisas que só ficam bem lidas em voz alta, como algumas poesias. Precisa mesmo explicar?
- Le droit de nous taire - O direito de nos calarmos. Ninguém é obrigado a falar sobre o que leu, o seu relacionamento com um livro é bastante íntimo, você só fala sobre ele se quiser, como a maluca aqui.
Nota 9 (porque apesar de ter me identificado, não gosto de auto-ajuda)
Esse foi um livro indicado por um amigo meu, que está estudando francês e que lê o meu blog (imagino eu, pelo comentário que ele fez). Ele me disse que era um tipo de leitura que me agradaria. E ele acertou em cheio!
O livro já foi lançado em português também, com o título "Como um romance" (bem óbvio, não?), e trata de uma temática muito parecida com outro livro que já li esse ano, Como falar dos livros que não lemos. Só que o viés aqui é de como fomentar a leitura para quem não gosta de ler, ou tem preconceito, e faz uma crítica ferina à forma como a literatura é tratada pelo sistema de ensino tradicional (inclusive aqui no Brasil). Além disso, ele também briga com o "dogma" de que "é preciso ler" e menciona alguns direitos inalienáveis aos leitores.
Em certas partes o livro parece até uma espécie de auto-ajuda para os pais que querem estimular os seus filhos a ler, o que não deixa de ser interessante, com muitas pitadas de histórias verídicas interessantes de professores que atingiram esse objetivo.
Uma coisa que me tocou no meu processo de leitura é que eu pude me identificar com as idéias do autor, pois aquilo que ele sugere que pais façam, meu pai fez comigo. O que não deixa de ser curioso e engraçado, pois ele nunca foi um leitor ávido, mas eu acabei uma leitora compulsiva, provavelmente por culpa dele (tão bom botar a culpa nos outros, né?).
Além de toda a parte de auto-ajuda, o livro ainda analisa os direitos do leitor (a melhor parte do livro na minha opinião), e que faço questão de colocar aqui (não é spoiler, estão na contracapa do livro!):
- Le droit de ne pas lire - O direito de não ler. Simples e direto, não?
- Le droit de sauter des pages - O direito de pular páginas. Atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Pensando bem, atire não, é um direito mesmo. Inegável. Inegociável.
- Le droit de ne pas finir un livre - O direito de não terminar um livro. Bom, depois do direito de pular páginas, não tem como não chegar nesse direito, né?
- Le droit de relire - O direito de reler.
- Le droit de lire n'importe quoi - O direito de ler qualquer coisa. Até bula de remédio? Por que não? Tem gosto pra tudo, até Paulo Coelho tem uma legião de fãs. Lembrando que gostar de algo não faz daquilo algo bom, nem desgostar faz ser ruim.
- Le droit au bovarysme (maladie textuellement transmissible) - O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível). Aqui é preciso explicar um pouco, ele remete ao romance Madame Bovary, de Flaubert, mais especificamente à inocência da personagem principal, que busca apenas satisfazer os seus sentidos/vontades. Em outras palavras, é aquele frisson adolescente pelo qual todos passamos, e que Crepúsculo exemplifica tão bem hoje. Em outras palavras, não cuspa no prato que comeu, todos passam por essa fase, com ou sem livros.
- Le droit de lire n'importe où - O direito de ler em qualquer lugar. Eu pessoalmente adoro ler no metrô. Acho que os chefes são os únicos que não concordam com esse direito. Mas eles não precisam saber de tudo, não é mesmo?
- Le droit de grappiller - O direito de ler "aleatoriamente". Se você gosta de abrir um livro em qualquer página e ler a primeira frase que saltar aos olhos, esse é o seu direito.- Le droit de lire à haute voix - O direito de ler em voz alta. Os contadores de histórias são quase uma prova viva desse direito. E tem algumas coisas que só ficam bem lidas em voz alta, como algumas poesias. Precisa mesmo explicar?
- Le droit de nous taire - O direito de nos calarmos. Ninguém é obrigado a falar sobre o que leu, o seu relacionamento com um livro é bastante íntimo, você só fala sobre ele se quiser, como a maluca aqui.
Nota 9 (porque apesar de ter me identificado, não gosto de auto-ajuda)
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O ladrão e os cães
SPOILER FREE
Esse foi um livro que me chocou. Primeiro porque eu não estava exatamente no clima de ler algo no seu estilo, segundo porque não tem nada a ver com o estilo do autor, ou, pelo menos, com nada do que já havia lido dele (Noites das mil e uma noites e Akhenaton, o rei herege).
De certa forma fiquei muito impressionada com a versatilidade de Mahfouz, e depois pelo realismo da narrativa, muito diferente do que se costuma ver nos contos e romances árabes que eu tinha lido até então, onde sempre houve espaço para a "mitologia" típica árabe ou pelo menos alguma forma de interferência sobrenatural.
O ladrão e os cães é um livro pesado por seu conteúdo, focado nas piores características do ser humano e com uma história bem trágica, mas ao mesmo tempo é fácil de ler, com uma narrativa muito direta ao ponto. Destaques para a forma como os pensamentos do personagem são mostrados, fazendo com que você se sinta dentro da sua cabeça, e para o final fantástico do livro. Para mim, o final rivaliza com o estilo de Bernard Cornwell, só que é ainda mais rico.
Enfim, mesmo com o choque inicial, foi um livro que conseguiu me ganhar, me fazendo mudar de idéia, em menos de 100 páginas, o que é um feito e tanto.
Fico muito triste quando penso que o autor já se foi... mas pelo menos ainda tem muita coisa para ler dele! Mal posso esperar para pegar a sua Trilogia do Cairo!
Nota 9,5
Para maiores detalhes do autor e sua obra, vejam aqui.
Esse foi um livro que me chocou. Primeiro porque eu não estava exatamente no clima de ler algo no seu estilo, segundo porque não tem nada a ver com o estilo do autor, ou, pelo menos, com nada do que já havia lido dele (Noites das mil e uma noites e Akhenaton, o rei herege).
De certa forma fiquei muito impressionada com a versatilidade de Mahfouz, e depois pelo realismo da narrativa, muito diferente do que se costuma ver nos contos e romances árabes que eu tinha lido até então, onde sempre houve espaço para a "mitologia" típica árabe ou pelo menos alguma forma de interferência sobrenatural.
O ladrão e os cães é um livro pesado por seu conteúdo, focado nas piores características do ser humano e com uma história bem trágica, mas ao mesmo tempo é fácil de ler, com uma narrativa muito direta ao ponto. Destaques para a forma como os pensamentos do personagem são mostrados, fazendo com que você se sinta dentro da sua cabeça, e para o final fantástico do livro. Para mim, o final rivaliza com o estilo de Bernard Cornwell, só que é ainda mais rico.
Enfim, mesmo com o choque inicial, foi um livro que conseguiu me ganhar, me fazendo mudar de idéia, em menos de 100 páginas, o que é um feito e tanto.
Fico muito triste quando penso que o autor já se foi... mas pelo menos ainda tem muita coisa para ler dele! Mal posso esperar para pegar a sua Trilogia do Cairo!
Nota 9,5
Para maiores detalhes do autor e sua obra, vejam aqui.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Leite derramado
SPOILER FREE
Esse foi meu primeiro livro do Chico Buarque. Obviamente que eu já era fã da sua faceta de compositor, mas nunca tinha lido nada dele (nem as peças, que também nunca assisti).
Confesso que gostei, e superou minhas expectativas. E, na verdade, me lembrou de um outro livro do qual eu gosto muito, A metafísica dos tubos, da Amelie Nothomb, por sua capacidade de encarnar uma idade, uma faixa etária, pouco ouvida. Enquanto na Metafísica se trata de uma criança de 3 anos, no caso de Leite derramado, se trata de um centenário, com todos os cacoetes típicos de alguém dessa idade. Era quase como ouvir minha avó contando a história dela.
Só que Chico não se contentou em apenas encarnar perfeitamente o personagem, ele ainda fez o retrato de uma geração, tecendo, ainda por cima, críticas sobre as gerações seguintes! Sério, dá pra ver a história do Brasil e do Rio de Janeiro na narrativa.
Talvez ele tenha exagerado um pouco nos clichês, mas talvez tenha sido essa mesma a intenção, pois cai muito bem na obra. Só não é muito divertido de ler caso você esteja com algum familiar no hospital, pois tem referências reais não muito saudáveis sobre o assunto.
Uma coisa que me deixou um pouco frustrada é que, como se trata de um velhinho contando a história, tem diversos buracos que simplesmente não são preenchidos. Ele não conta o que aconteceu! Talvez porque não saiba realmente (estamos lidando com um narrador-personagem), talvez porque não lembre, ou talvez porque para ele não é importante. Mas fica aquela curiosidade coçando! O que realmente aconteceu? Dá um nervoso...
Para quem curte Chico e literatura brasileira é um ótimo pedido.
Nota 9
Esse foi meu primeiro livro do Chico Buarque. Obviamente que eu já era fã da sua faceta de compositor, mas nunca tinha lido nada dele (nem as peças, que também nunca assisti).
Confesso que gostei, e superou minhas expectativas. E, na verdade, me lembrou de um outro livro do qual eu gosto muito, A metafísica dos tubos, da Amelie Nothomb, por sua capacidade de encarnar uma idade, uma faixa etária, pouco ouvida. Enquanto na Metafísica se trata de uma criança de 3 anos, no caso de Leite derramado, se trata de um centenário, com todos os cacoetes típicos de alguém dessa idade. Era quase como ouvir minha avó contando a história dela.
Só que Chico não se contentou em apenas encarnar perfeitamente o personagem, ele ainda fez o retrato de uma geração, tecendo, ainda por cima, críticas sobre as gerações seguintes! Sério, dá pra ver a história do Brasil e do Rio de Janeiro na narrativa.
Talvez ele tenha exagerado um pouco nos clichês, mas talvez tenha sido essa mesma a intenção, pois cai muito bem na obra. Só não é muito divertido de ler caso você esteja com algum familiar no hospital, pois tem referências reais não muito saudáveis sobre o assunto.
Uma coisa que me deixou um pouco frustrada é que, como se trata de um velhinho contando a história, tem diversos buracos que simplesmente não são preenchidos. Ele não conta o que aconteceu! Talvez porque não saiba realmente (estamos lidando com um narrador-personagem), talvez porque não lembre, ou talvez porque para ele não é importante. Mas fica aquela curiosidade coçando! O que realmente aconteceu? Dá um nervoso...
Para quem curte Chico e literatura brasileira é um ótimo pedido.
Nota 9
Versos satânicos
SPOILER FREE
Finalmente!
Nem acredito que terminei esse livro! Em compensação, logo depois de terminá-lo, li quase correndo mais 3 livros... preciso correr atrás da minha meta anual! Estou atrasada!
Mas agora falando do livro:
Salman Rushdie é doente, ponto, não há o que discutir. Dá para entender perfeitamente porque colocaram a cabeça dele a prêmio. Mas também não tinha como esperar nada muito diferente de alguém que cresceu numa sociedade que mistura islamismo e hinduísmo, ele nunca teve chance de ser normal.
Resolvi ler esse livro porque tenho lembranças maravilhosas de uma outra obra dele, voltada para o público infanto-juvenil, Haroun e o mar de histórias. Depois, esse romance é tido como uma das suas grandes obras, além de ter lhe rendido a ameaça de morte do aiotalá, o que é, no mínimo, muito intrigante, tornando a leitura do livro quase obrigatória!
Eu só não esperava que ele fosse tão longo e de difícil digestão. São quase 600 páginas na versão de bolso da Companhia da Letras, num estilo muito diferente, que é um pouco complicado de início, mas depois se acostuma. O primeiro capítulo para mim foi muito difícil. Achei tudo muito enrolado, os nomes indianos se confundiam na minha cabeça, e a história era tão doida, mas tão doida, que fiquei me perguntando se eu tinha entendido certo. É só doido e inusitado mesmo, nada realmente complicado.
O livro conta não só uma história principal, recheada de rancores com a sociedade moderna, com o tratamento dos imigrantes na Inglaterra, a indústria do entretenimento e demais mágoas que presumo serem do autor, mas inclui diversas histórias paralelas, que se misturam e influenciam a narrativa principal (destaque de honra para a história da menina das borboletas, que é fantástica), formando uma grande colcha de retalhos, onde o que é real, fantástico ou fantasioso se misturam, mas não deixam de fazer sentido.
Isso tudo torna a sua leitura pesada, mas vale a pena! Os questionamentos do autor com relação ao que é "bom" ou "ruim", de "deus" ou do "diabo", são muito pertinentes, colocando tudo como uma gama de tons de cinza, mas jamais preto ou branco. O papel dos humanos como instrumentos divinos é muito questionado (imagino que venha principalmente desse ponto a ameaça de morte) e colocado sobre outros ângulos menos nobres.
Enfim, é um romance que não só entretém, mas também faz pensar, sem abrir mão da fantasia típica dos contos orientais. Tudo isso com o estilo muito próprio do autor.
Nota 9,5 porque achei um pouco cansativo, apesar de valer a pena o esforço.
Finalmente!
Nem acredito que terminei esse livro! Em compensação, logo depois de terminá-lo, li quase correndo mais 3 livros... preciso correr atrás da minha meta anual! Estou atrasada!
Mas agora falando do livro:
Salman Rushdie é doente, ponto, não há o que discutir. Dá para entender perfeitamente porque colocaram a cabeça dele a prêmio. Mas também não tinha como esperar nada muito diferente de alguém que cresceu numa sociedade que mistura islamismo e hinduísmo, ele nunca teve chance de ser normal.
Resolvi ler esse livro porque tenho lembranças maravilhosas de uma outra obra dele, voltada para o público infanto-juvenil, Haroun e o mar de histórias. Depois, esse romance é tido como uma das suas grandes obras, além de ter lhe rendido a ameaça de morte do aiotalá, o que é, no mínimo, muito intrigante, tornando a leitura do livro quase obrigatória!
Eu só não esperava que ele fosse tão longo e de difícil digestão. São quase 600 páginas na versão de bolso da Companhia da Letras, num estilo muito diferente, que é um pouco complicado de início, mas depois se acostuma. O primeiro capítulo para mim foi muito difícil. Achei tudo muito enrolado, os nomes indianos se confundiam na minha cabeça, e a história era tão doida, mas tão doida, que fiquei me perguntando se eu tinha entendido certo. É só doido e inusitado mesmo, nada realmente complicado.
O livro conta não só uma história principal, recheada de rancores com a sociedade moderna, com o tratamento dos imigrantes na Inglaterra, a indústria do entretenimento e demais mágoas que presumo serem do autor, mas inclui diversas histórias paralelas, que se misturam e influenciam a narrativa principal (destaque de honra para a história da menina das borboletas, que é fantástica), formando uma grande colcha de retalhos, onde o que é real, fantástico ou fantasioso se misturam, mas não deixam de fazer sentido.
Isso tudo torna a sua leitura pesada, mas vale a pena! Os questionamentos do autor com relação ao que é "bom" ou "ruim", de "deus" ou do "diabo", são muito pertinentes, colocando tudo como uma gama de tons de cinza, mas jamais preto ou branco. O papel dos humanos como instrumentos divinos é muito questionado (imagino que venha principalmente desse ponto a ameaça de morte) e colocado sobre outros ângulos menos nobres.
Enfim, é um romance que não só entretém, mas também faz pensar, sem abrir mão da fantasia típica dos contos orientais. Tudo isso com o estilo muito próprio do autor.
Nota 9,5 porque achei um pouco cansativo, apesar de valer a pena o esforço.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Something in the way she moves
SPOILER FREE
Eis um livro que demorei muito para ler, acho que foi pelo fato de não ser um romance, e eu já estou me cansando um pouco desse gênero... hora de variar. De qualquer forma, gostei muito e achei muito rico em informações sobre a história da dança feminina. Aprendi muita coisa!
O único problema é que não sei o quanto dessas informações está correta. Isso por conta de um erro horrível que a autora comete logo no fim do livro (logo quando eu já estava animada achando que tinha aprendido um monte de coisas). Um erro simplesmente imperdoável, porque qualquer um com Internet tem acesso a informação correta de forma ridiculamente fácil. Vou contar, não chega a ser spoiler: Wendy Buonaventura diz que Shakira é brasileira.
Doeu, doeu no fundo da minha alma. A partir daí perdi a confiança. O que é uma pena, pois o livro é muito rico, e cheio de referências. Mas foi um deslize que simplesmente não posso deixar passar, por ser tão grande e de tão fácil confirmação. O pior é que ela não acha que a América do Sul se limita ao Brasil, ela tece um longo capítulo sobre Tango que está bem correto (inclusive a capital da Argentina é Buenos Aires, se fala espanhol e a história sobre os escravos e imigrantes está correta!). Em outras palavras, não foi por desconhecimento de causa. O que também seria imperdoável num livro de pesquisa sobre história da dança, diga-se de passagem.
Fiquei decepcionada. Até desanimei de ler um clássico dela (Serpent of the Nile - obrigatório no estudo de danças do oriente médio). E fiquei triste, muito triste.
Nota 5 (o que um erro não faz...)
Eis um livro que demorei muito para ler, acho que foi pelo fato de não ser um romance, e eu já estou me cansando um pouco desse gênero... hora de variar. De qualquer forma, gostei muito e achei muito rico em informações sobre a história da dança feminina. Aprendi muita coisa!
O único problema é que não sei o quanto dessas informações está correta. Isso por conta de um erro horrível que a autora comete logo no fim do livro (logo quando eu já estava animada achando que tinha aprendido um monte de coisas). Um erro simplesmente imperdoável, porque qualquer um com Internet tem acesso a informação correta de forma ridiculamente fácil. Vou contar, não chega a ser spoiler: Wendy Buonaventura diz que Shakira é brasileira.
Doeu, doeu no fundo da minha alma. A partir daí perdi a confiança. O que é uma pena, pois o livro é muito rico, e cheio de referências. Mas foi um deslize que simplesmente não posso deixar passar, por ser tão grande e de tão fácil confirmação. O pior é que ela não acha que a América do Sul se limita ao Brasil, ela tece um longo capítulo sobre Tango que está bem correto (inclusive a capital da Argentina é Buenos Aires, se fala espanhol e a história sobre os escravos e imigrantes está correta!). Em outras palavras, não foi por desconhecimento de causa. O que também seria imperdoável num livro de pesquisa sobre história da dança, diga-se de passagem.
Fiquei decepcionada. Até desanimei de ler um clássico dela (Serpent of the Nile - obrigatório no estudo de danças do oriente médio). E fiquei triste, muito triste.
Nota 5 (o que um erro não faz...)
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Caminhos Palestinos
SPOILER FREE
Andei numa fase de procurar livros que contem a história do Oriente Médio, e esse foi o primeiro que resolvi ler, por parecer ser mais leve, já que conta a experiência pessoal de um advogado palestino com a ocupação de Israel e a construção de novas colônias nos territórios ocupados.
Precisei de forças para ler até o final, pois o relato é tão revoltante e triste que me lembrou de outro livro, que era tão pesado e que me deixou tão deprimida que não consegui ler até o final (Veias abertas da América Latina, para os curiosos). É de partir o coração o relato desse homem, e é muito triste constatar que nada foi feito até hoje para parar essa barbárie. Foge a minha compreensão como o estado de um povo que sofreu tanto pode ficar indiferente ao sofrimento alheio. Mas agora a soma de erros (de ambos os lados) é tão grande que, pessoalmente, não vejo perspectiva de melhoras na situação.
Sobram apenas relatos emocionados de um tempo e de uma terra que não existem mais.
Apesar de todo o apelo emocional do livro, não gostei muito do estilo (deve ser porque o cara é advogado), achei a estrutura meio confusa (novamente deve ser porque o cara é advogado) e a falta de uma linha de tempo clara foi uma escolha que eu não achei muito feliz.
Mas valeu a experiência, as informações históricas são muito interessantes, e as imagens que o autor transmite são bonitas, apesar do estilo deixar a desejar. Para quem quer conhecer mais sobre a região é muito indicado.
Nota 8.
Andei numa fase de procurar livros que contem a história do Oriente Médio, e esse foi o primeiro que resolvi ler, por parecer ser mais leve, já que conta a experiência pessoal de um advogado palestino com a ocupação de Israel e a construção de novas colônias nos territórios ocupados.
Precisei de forças para ler até o final, pois o relato é tão revoltante e triste que me lembrou de outro livro, que era tão pesado e que me deixou tão deprimida que não consegui ler até o final (Veias abertas da América Latina, para os curiosos). É de partir o coração o relato desse homem, e é muito triste constatar que nada foi feito até hoje para parar essa barbárie. Foge a minha compreensão como o estado de um povo que sofreu tanto pode ficar indiferente ao sofrimento alheio. Mas agora a soma de erros (de ambos os lados) é tão grande que, pessoalmente, não vejo perspectiva de melhoras na situação.
Sobram apenas relatos emocionados de um tempo e de uma terra que não existem mais.
Apesar de todo o apelo emocional do livro, não gostei muito do estilo (deve ser porque o cara é advogado), achei a estrutura meio confusa (novamente deve ser porque o cara é advogado) e a falta de uma linha de tempo clara foi uma escolha que eu não achei muito feliz.
Mas valeu a experiência, as informações históricas são muito interessantes, e as imagens que o autor transmite são bonitas, apesar do estilo deixar a desejar. Para quem quer conhecer mais sobre a região é muito indicado.
Nota 8.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Noites das mil e uma noites
SPOILER FREE
Pra variar estou ficando atrasada nas resenhas... é o momento, ando cheia de coisas pra fazer e atrasada em tudo! Mas ainda vou conseguir colocar em dia!
Como tudo começa com o primeiro passo, lá vou eu!
Esse é um livro que veio parar na minha mão quando eu estava procurando por outro, mas que resolvi levar por causa do título e pelo fato do autor ser egípcio. Que posso fazer? Adoro contos árabes!
O mais interessante é que ele trata do senso de justiça de cada um, sobre como cada um reage quando confrontado com questões éticas e morais, e chegou num momento em que eu estava precisando refletir sobre esse tema! Nem que eu quisesse teria acertado um título tão em cheio!
E como ferramenta de reflexão, a história de Naguib Mahfouz é maravilhosa! Sem perder aquele charme clássico árabe, com suas princesas, sultões e gênios saindo de garrafas! Mas os problemas tratados não são em nada fantásticos ou imaginários, ao contrário, são muito reais e aparecem com frequência na mídia: roubo, corrupção e violência.
Veio e me levantou num momento que eu precisava! Discorrer mais sobre o assunto vai acabar em spoiler...
Nota 10!
Pra variar estou ficando atrasada nas resenhas... é o momento, ando cheia de coisas pra fazer e atrasada em tudo! Mas ainda vou conseguir colocar em dia!
Como tudo começa com o primeiro passo, lá vou eu!
Esse é um livro que veio parar na minha mão quando eu estava procurando por outro, mas que resolvi levar por causa do título e pelo fato do autor ser egípcio. Que posso fazer? Adoro contos árabes!
O mais interessante é que ele trata do senso de justiça de cada um, sobre como cada um reage quando confrontado com questões éticas e morais, e chegou num momento em que eu estava precisando refletir sobre esse tema! Nem que eu quisesse teria acertado um título tão em cheio!
E como ferramenta de reflexão, a história de Naguib Mahfouz é maravilhosa! Sem perder aquele charme clássico árabe, com suas princesas, sultões e gênios saindo de garrafas! Mas os problemas tratados não são em nada fantásticos ou imaginários, ao contrário, são muito reais e aparecem com frequência na mídia: roubo, corrupção e violência.
Veio e me levantou num momento que eu precisava! Discorrer mais sobre o assunto vai acabar em spoiler...
Nota 10!
sexta-feira, 4 de junho de 2010
O Egito dos Grandes Faraós
SPOILER FREE
Mais um do fabuloso Christian Jacq! Nada como ter uma mãe que gostou do autor e comprou vários livros dele...
Mas, voltando ao assunto, o livro, para variar, é muito bom. Para variar, o autor consegue transmitir sua paixão pelo Egito Antigo e você fica imaginando como teria sido maravilhoso viver na época dessas grandes figuras que foram os Faraós.
O único defeito é que o livro é curto... fica um gosto muito forte de quero mais. Como cada capítulo trata de um personagem diferente, em alguns momentos você fica quase que com raiva, afinal, porque Christian Jacq não fez um romance para cada um? Alguns deles bem que mereciam. Outros, realmente o autor já escreveu sobre, eu é que ainda não os li, infelizmente, mas isso há de ser corrigido o mais breve possível.
Falar dos livros desse autor está começando a ficar massante... só tenho elogios! Bom, ainda tenho alguns dele na minha lista, vamos ver o que virá mais à frente. Até lá, esse fica com um bom 9,5, só por causa do gostinho de quero mais.
Mais um do fabuloso Christian Jacq! Nada como ter uma mãe que gostou do autor e comprou vários livros dele...
Mas, voltando ao assunto, o livro, para variar, é muito bom. Para variar, o autor consegue transmitir sua paixão pelo Egito Antigo e você fica imaginando como teria sido maravilhoso viver na época dessas grandes figuras que foram os Faraós.
O único defeito é que o livro é curto... fica um gosto muito forte de quero mais. Como cada capítulo trata de um personagem diferente, em alguns momentos você fica quase que com raiva, afinal, porque Christian Jacq não fez um romance para cada um? Alguns deles bem que mereciam. Outros, realmente o autor já escreveu sobre, eu é que ainda não os li, infelizmente, mas isso há de ser corrigido o mais breve possível.
Falar dos livros desse autor está começando a ficar massante... só tenho elogios! Bom, ainda tenho alguns dele na minha lista, vamos ver o que virá mais à frente. Até lá, esse fica com um bom 9,5, só por causa do gostinho de quero mais.
Coraline
SPOILER FREE
Ok, eu me rendo, Neil Gaiman é um gênio. Não sei como ele consegue. Dessa vez ele conseguiu fazer um filme que é maravilhoso ficar ainda melhor. Eu achava que Coraline ia ser no mesmo nível altíssimo do filme, mas não, é melhor. Pelo menos minha regra de ouro "o livro é sempre melhor" permaneceu intacta.
Para variar, assim como em Stardust, a adaptação para o cinema causou algumas mudanças na história, e para variar é para amenizar as coisas, porque o gato original é muito melhor! Ou pior, dependendo do ponto de vista. Fora a tradicional invenção/esquecimento de personagens, que eu estou quase me acostumando.
Coraline é mesmo assustador, mas não deixa de ser feito para criança, num estilo meio conto de fadas à moda original. Nesse ponto, talvez os adultos se surpreendam ainda mais do que as crianças, o que é engraçado.
Apesar de não ser a minha obra favorita do Gaiman (Graveyard Book até agora está imbatível), recomendo muitíssimo!
Nota 9,5
Ok, eu me rendo, Neil Gaiman é um gênio. Não sei como ele consegue. Dessa vez ele conseguiu fazer um filme que é maravilhoso ficar ainda melhor. Eu achava que Coraline ia ser no mesmo nível altíssimo do filme, mas não, é melhor. Pelo menos minha regra de ouro "o livro é sempre melhor" permaneceu intacta.
Para variar, assim como em Stardust, a adaptação para o cinema causou algumas mudanças na história, e para variar é para amenizar as coisas, porque o gato original é muito melhor! Ou pior, dependendo do ponto de vista. Fora a tradicional invenção/esquecimento de personagens, que eu estou quase me acostumando.
Coraline é mesmo assustador, mas não deixa de ser feito para criança, num estilo meio conto de fadas à moda original. Nesse ponto, talvez os adultos se surpreendam ainda mais do que as crianças, o que é engraçado.
Apesar de não ser a minha obra favorita do Gaiman (Graveyard Book até agora está imbatível), recomendo muitíssimo!
Nota 9,5
segunda-feira, 17 de maio de 2010
O Português que nos pariu
SPOILER FREE
Eis um livro que li numa situação meio inusitada: minha mãe pediu que eu o comprasse para o marido português de uma amiga dela que mora na Bélgica e que iria nos visitar. Depois de algumas tentativas, encontrei o tal livro! Como boa viciada, parei para ler as orelhas e... me interessei. Mas aí fiquei pensando, comprar dois livros para quê? Ainda falta uma semana para a dona do livro chegar! Pois bem, li o livro na maior paranóia para não marcar a lombada ou as páginas. E consegui!
Aliás, inusitado é o conteúdo do livro... nada como a história não autorizada de qualquer um! Um prato cheio para o bom humor, ainda mais quando se trata da história de Portugal, e por consequência do Brasil, com direito a todas aquelas figuras manjadas do filme "Carlota Joaquina" e outras menos conhecidas também. A leitura é leve, com jeitão despretensioso, o que fica muito interessante com a quantidade de informações despejadas para o leitor. Se todo livro de história fosse assim seria uma das matérias mais legais da escola.
Recomendado para aqueles que não gostam de ler, para os amantes de história (principalmente portuguesa) e curiosos, além das possíveis misturas dessas categorias.
Apesar de ter gostado muitíssimo, só não recebe nota melhor porque meu pseudo-tio-primo escreveu um livro sobre o caminho de Santiago, num estilo mais despretensioso também, que ficou melhor :-P
Nota 8,5
Eis um livro que li numa situação meio inusitada: minha mãe pediu que eu o comprasse para o marido português de uma amiga dela que mora na Bélgica e que iria nos visitar. Depois de algumas tentativas, encontrei o tal livro! Como boa viciada, parei para ler as orelhas e... me interessei. Mas aí fiquei pensando, comprar dois livros para quê? Ainda falta uma semana para a dona do livro chegar! Pois bem, li o livro na maior paranóia para não marcar a lombada ou as páginas. E consegui!
Aliás, inusitado é o conteúdo do livro... nada como a história não autorizada de qualquer um! Um prato cheio para o bom humor, ainda mais quando se trata da história de Portugal, e por consequência do Brasil, com direito a todas aquelas figuras manjadas do filme "Carlota Joaquina" e outras menos conhecidas também. A leitura é leve, com jeitão despretensioso, o que fica muito interessante com a quantidade de informações despejadas para o leitor. Se todo livro de história fosse assim seria uma das matérias mais legais da escola.
Recomendado para aqueles que não gostam de ler, para os amantes de história (principalmente portuguesa) e curiosos, além das possíveis misturas dessas categorias.
Apesar de ter gostado muitíssimo, só não recebe nota melhor porque meu pseudo-tio-primo escreveu um livro sobre o caminho de Santiago, num estilo mais despretensioso também, que ficou melhor :-P
Nota 8,5
domingo, 16 de maio de 2010
A Prostituta Sagrada
SPOILER FREE
Eis um livro que o título pode afastar muita gente, mas cuja leitura é muito recomendada para quem se interessa por estudos do feminino e por psicologia. Apesar de ser um livro muito ligado aos antigos ritos da grande deusa foi publicado por uma editora especializada em livros cristãos... o mundo tem coisas realmente curiosas.
Por conta justamente do título (eu não queria ter que explicar para todos no meu trabalho a razão de eu ler um livro tão "estranho") acabei por optar lê-lo nas minhas férias, o que acabou adiando a leitura por alguns anos, até eu ter férias que não fosse viajar. Mas valeu a pena a espera, o livro é mesmo tudo aquilo que me tinham dito, talvez até mais. Adorei cada pedacinho! Mas, é melhor avisar logo, não é um livro para ler no metrô, e não é legal parar no meio dos capítulos, justamente por conta da densidade da leitura.
Indico para todos que têm paciência para livros de psicologia, e acho que tanto homens quanto mulheres deveriam ser introduzidos ao conceito da prostituta sagrada, pois pode ser a chave para entender melhor o papel do sexo e da sexualidade saudáveis. Fora que esse livro faz repensar um bocado o papel da mulher e como ela é vista pela sociedade masculinizada que temos hoje. Simplesmente imperdível. Por causa desse livro acabei comprando vários outros... o que aumentou muito a minha lista de livros em espera... certamente tão cedo não faltará material para esse blog...
Nota 10!
Eis um livro que o título pode afastar muita gente, mas cuja leitura é muito recomendada para quem se interessa por estudos do feminino e por psicologia. Apesar de ser um livro muito ligado aos antigos ritos da grande deusa foi publicado por uma editora especializada em livros cristãos... o mundo tem coisas realmente curiosas.
Por conta justamente do título (eu não queria ter que explicar para todos no meu trabalho a razão de eu ler um livro tão "estranho") acabei por optar lê-lo nas minhas férias, o que acabou adiando a leitura por alguns anos, até eu ter férias que não fosse viajar. Mas valeu a pena a espera, o livro é mesmo tudo aquilo que me tinham dito, talvez até mais. Adorei cada pedacinho! Mas, é melhor avisar logo, não é um livro para ler no metrô, e não é legal parar no meio dos capítulos, justamente por conta da densidade da leitura.
Indico para todos que têm paciência para livros de psicologia, e acho que tanto homens quanto mulheres deveriam ser introduzidos ao conceito da prostituta sagrada, pois pode ser a chave para entender melhor o papel do sexo e da sexualidade saudáveis. Fora que esse livro faz repensar um bocado o papel da mulher e como ela é vista pela sociedade masculinizada que temos hoje. Simplesmente imperdível. Por causa desse livro acabei comprando vários outros... o que aumentou muito a minha lista de livros em espera... certamente tão cedo não faltará material para esse blog...
Nota 10!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Stardust
SPOILER FREE
Lembra do quase ditado "o livro é sempre melhor do que o filme"? Pois é, ainda estou por conhecer a exceção à regra. Eu já tinha achado o filme muito bom (apesar de Coraline ser bem melhor), mas ler o livro e perceber todas as adaptações feitas para a telona foi uma experiência realmente interessante. As adaptações realmente fazem sentido, principalmente por conta da escolha dos atores, mas deixaram a história bem mais infantil que o original, o que pode ter sido feito também para agradar (isto é, não desagradar) os adultos, pois o final do livro não é muito ortodoxo, e não é a toa que eu adoro o Neil Gaiman!
Mudanças de enredo e novos personagens à parte, o livro é bom, mas não é o melhor que já li do autor, nem o segundo melhor. A história flui bem, tem detalhes adoráveis, é bem construída... mas falta alguma coisa que não sei bem o que é. Talvez seja a forma meio corrida demais dos últimos capítulos, que dão uma sensação de impaciência... não tenho certeza.
Mas a leitura é agradável e especialmente indicada para fãs.
Nota 8,5.
Lembra do quase ditado "o livro é sempre melhor do que o filme"? Pois é, ainda estou por conhecer a exceção à regra. Eu já tinha achado o filme muito bom (apesar de Coraline ser bem melhor), mas ler o livro e perceber todas as adaptações feitas para a telona foi uma experiência realmente interessante. As adaptações realmente fazem sentido, principalmente por conta da escolha dos atores, mas deixaram a história bem mais infantil que o original, o que pode ter sido feito também para agradar (isto é, não desagradar) os adultos, pois o final do livro não é muito ortodoxo, e não é a toa que eu adoro o Neil Gaiman!
Mudanças de enredo e novos personagens à parte, o livro é bom, mas não é o melhor que já li do autor, nem o segundo melhor. A história flui bem, tem detalhes adoráveis, é bem construída... mas falta alguma coisa que não sei bem o que é. Talvez seja a forma meio corrida demais dos últimos capítulos, que dão uma sensação de impaciência... não tenho certeza.
Mas a leitura é agradável e especialmente indicada para fãs.
Nota 8,5.
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Meu tio
SPOILER FREE
Esse livro eu li por sugestão materna, e por curiosidade, afinal não é sempre que você encontra um livro baseado num filme (francês, diga-se de passagem), normalmente a ordem é inversa. Pois bem, resolvi lê-lo de forma bem despretenciosa, porque filmes adaptados de livros costumam ser piores que o livro original, imagine um livro adaptado de um filme...
Me surpreendi. Mas não é o tipo de literatura para qualquer um, é preciso entrar e entender o "clima", pois é uma história infantil feita para adultos lerem. E o mais engraçado é que realmente parece uma história saída de um filme francês! E parando para pensar, talvez só os franceses mesmo fossem parar para fazer um livro baseado num filme, americanos certamente fariam um jogo, ingleses... bom, acho que eles iriam beber num pub e só.
Mas voltando ao livro, ele é leve e despretencioso mesmo, dá para ler de uma vez só, e a leitura quase dura o mesmo que um filme. Eu me senti voltando algumas décadas no tempo e vendo como uma criança da época pensava (algo entre anos 40 e 50) e se divertia (ou não), mais precisamente lembrei de histórias da infância do meu pai, o que achei bem legal, pois deu um ar de veracidade à história. Não vou tentar falar especificamente do autor, pois é meio confuso... afinal quem é o "verdadeiro" autor desse livro: quem escreveu o livro, quem escreveu o roteiro ou quem dirigiu o filme? Confuso demais para mim. Como o autor da versão literária não é exatamente famoso nesse campo, acho que posso me abster tranquilamente.
Nota 9
Esse livro eu li por sugestão materna, e por curiosidade, afinal não é sempre que você encontra um livro baseado num filme (francês, diga-se de passagem), normalmente a ordem é inversa. Pois bem, resolvi lê-lo de forma bem despretenciosa, porque filmes adaptados de livros costumam ser piores que o livro original, imagine um livro adaptado de um filme...
Me surpreendi. Mas não é o tipo de literatura para qualquer um, é preciso entrar e entender o "clima", pois é uma história infantil feita para adultos lerem. E o mais engraçado é que realmente parece uma história saída de um filme francês! E parando para pensar, talvez só os franceses mesmo fossem parar para fazer um livro baseado num filme, americanos certamente fariam um jogo, ingleses... bom, acho que eles iriam beber num pub e só.
Mas voltando ao livro, ele é leve e despretencioso mesmo, dá para ler de uma vez só, e a leitura quase dura o mesmo que um filme. Eu me senti voltando algumas décadas no tempo e vendo como uma criança da época pensava (algo entre anos 40 e 50) e se divertia (ou não), mais precisamente lembrei de histórias da infância do meu pai, o que achei bem legal, pois deu um ar de veracidade à história. Não vou tentar falar especificamente do autor, pois é meio confuso... afinal quem é o "verdadeiro" autor desse livro: quem escreveu o livro, quem escreveu o roteiro ou quem dirigiu o filme? Confuso demais para mim. Como o autor da versão literária não é exatamente famoso nesse campo, acho que posso me abster tranquilamente.
Nota 9
terça-feira, 6 de abril de 2010
Como falar dos livros que não lemos
Esse foi um livro que me fisgou pelo título, passei por ele numa livraria e parei imediatamente para dar uma olhada. Obviamente saí com ele debaixo do braço, pois como um professor de literatura francês pode escrever sobre a não-leitura? Fiquei intrigadíssima.
Antes mesmo de começar a lê-lo comentei sobre ele com algumas pessoas, que ficaram horrorizadas com a ideia, o que achei bastante divertido. Até eu mesma olhava a matéria com preconceito, mas a curiosidade era maior e resolvi ler o livro, dando uma chance para essa história de não-leitura.
Me surpreendi. Primeiro porque o livro é praticamente sobre filosofia, segundo porque descobri tabus que estavam na minha frente e que eu nunca tinha percebido ou pensado ativamente sobre eles, e terceiro, porque me descobri como não-leitora.
Recomendo muitíssimo a qualquer um, tanto para os que gostam de ler e o têm como hábito, pois certamente aprofunda o entendimento e o relacionamento com os livros, quanto para os que não gostam, pois certamente dará algumas justificativas interessantes para não ler mais nada.
Mas voltando ao livro de Pierre Bayard, ele é muito interessante, não só porque fala de coisas pouco comuns (ele cita outros autores que já trataram do tema, então não é novidade), mas porque ele organiza bem as ideias em torno de assunto tão polêmico, chegando a defender a não-leitura (sem preconceitos pessoal, é preciso primeiro entender o que é a não-leitura para entender o que o autor realmente defende). Não só ele introduz conceitos interessantíssimos, como dá exemplos muito próximos para facilitar a compreensão, usando filmes, livros e ensaios, alguns até bem conhecidos.
Em alguns momentos eu achei o livro meio árido, um pouco complicado demais, principalmente no final, quando ele junta todos os conceitos previamente expostos para fazer a sua defesa, mas tenho certeza de que isso foi devido a uma limitação minha (ou porque eu gosto de ler no metrô, e por isso fica tudo meio picadinho, o que dificulta leituras mais complexas mesmo).
Para quem leu o livro, respondo: não, não me fez voltar atrás ou repensar meu vício, eu gosto de ler!
Vai para a lista de livros recomendados.
Nota 9,5
Antes mesmo de começar a lê-lo comentei sobre ele com algumas pessoas, que ficaram horrorizadas com a ideia, o que achei bastante divertido. Até eu mesma olhava a matéria com preconceito, mas a curiosidade era maior e resolvi ler o livro, dando uma chance para essa história de não-leitura.
Me surpreendi. Primeiro porque o livro é praticamente sobre filosofia, segundo porque descobri tabus que estavam na minha frente e que eu nunca tinha percebido ou pensado ativamente sobre eles, e terceiro, porque me descobri como não-leitora.
Recomendo muitíssimo a qualquer um, tanto para os que gostam de ler e o têm como hábito, pois certamente aprofunda o entendimento e o relacionamento com os livros, quanto para os que não gostam, pois certamente dará algumas justificativas interessantes para não ler mais nada.
Mas voltando ao livro de Pierre Bayard, ele é muito interessante, não só porque fala de coisas pouco comuns (ele cita outros autores que já trataram do tema, então não é novidade), mas porque ele organiza bem as ideias em torno de assunto tão polêmico, chegando a defender a não-leitura (sem preconceitos pessoal, é preciso primeiro entender o que é a não-leitura para entender o que o autor realmente defende). Não só ele introduz conceitos interessantíssimos, como dá exemplos muito próximos para facilitar a compreensão, usando filmes, livros e ensaios, alguns até bem conhecidos.
Em alguns momentos eu achei o livro meio árido, um pouco complicado demais, principalmente no final, quando ele junta todos os conceitos previamente expostos para fazer a sua defesa, mas tenho certeza de que isso foi devido a uma limitação minha (ou porque eu gosto de ler no metrô, e por isso fica tudo meio picadinho, o que dificulta leituras mais complexas mesmo).
Para quem leu o livro, respondo: não, não me fez voltar atrás ou repensar meu vício, eu gosto de ler!
Vai para a lista de livros recomendados.
Nota 9,5
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Eldest, Brisingr e atrasos
Nossa! São tantos livros que estou atrasadérrima nos posts. Vou tentar adiantar falando de Eldest e de Brisingr de uma vez só:
SPOILER FREE
Vamos começar pelo início/meio. Eldest é um livro completamente diferente de Eragon. O autor começa a explorar outras estruturas e formas narrativas, deixando a leitura mais dinâmica, o que é ótimo. Mas, sério, a história é meio arrastada, o que segura mesmo é o suspense que ele consegue manter ao narrar histórias paralelas. Os personagens continuam interessantes e mais profundos do que eu esperava. O universo que Paolini criou é mesmo interessante, mas o livro só engata mesmo no final, com grandes revelações que fazem você pular direto para o livro seguinte.
O livro seguinte, Brisingr é bem mais interessante, apesar de ter um quê de novela mexicana misturada com scooby-doo na história. Agora, confesso que fiquei chateada, não pelo livro, que é bem legal, tão bom ou melhor que o primeiro e, sem dúvida, melhor que o segundo, mas por ele não ser o último da série. E claro que, como não fiz a devida pesquisa, eu não tinha idéia disso, e fiquei muito chateada por ter comprado os três livros num lindo box promocional... e o quarto livro ainda nem foi lançado. Que diabos vou fazer com o box agora??? Surtos à parte, valeu o esforço de carregar o peso e ler o mostro inteiro.
Eldest - Nota 7,5
Brisingr - Nota 9
E agora porque eu não vou resistir:
SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER SPOILER
Eldest
Reclamações:
Porque diabos o treinamento tem que ser tão chato?
Excesso de drama em cima da dor do Eragon... ok, entendi o ponto... precisa mesmo repetir?
Simplesmente não consigo gostar do Roran, por mais phoda que ele seja.
Elogios:
Amei a cerimônia dos elfos. Ótima idéia, saída muito boa para o problema físico de Eragon, descrições deliciosas!
Genial o problema entre Saphira e Glaedr, apesar de esperado dada a situação de últimos da espécie.
Estou gostando das descrições de Paolini para batalhas, esse autor tem futuro!
Brisingr
Reclamações:
Eldunari? Ok... para mim parece uma desculpa inventada em cima da hora para conseguir explicar o poder de Galbatorix.
Brom? Sério? Paolini viu novela mexicana demais quando menino.
Continuo não conseguindo gostar do Roran. Ele é chato.
Elogios:
Nasuada, isso é que é ser mulher de fibra! Amei amei amei amei!
Eragon subiu no meu respeito pelo o que ele fez com o Sloan. Quero ver o que vai ser dele no próximo livro.
Já falei que Paolini está descrevendo bem batalhas? A luta com os Ra'Zac está ótima! A nova batalha contra Murtagh também... até gostei dos homens que não sentem dor, ficou interessante. Ainda tem a batalha para tomar uma cidade e a morte dos mestres... tudo lindo.
Ah... e tem Elva... virei fã dessa menina. Nota 10!
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Eragon
SPOILER FREE
Esse foi um livro que demorei muito a me decidir a ler. A primeira vez que ouvi falar dele já faz alguns anos, mas confesso que tive preconceito. Primeiro por causa da idade do autor, depois por causa do fiasco que foi o filme.
Porém, com o tempo comecei a receber boas indicações do livro e das suas continuações, e no ano passado uma pessoa que considero de muito bom gosto literário me disse que era um livro interessante, porém que a tradução estava horrível. Na época eu estava por fazer uma compra na Amazon, e por acaso a trilogia estava em promoção. Acabei por comprar os livros, que ficaram mais de seis meses enfeitando minha estante. Pensando bem, nem foi tanto tempo assim... mas eles acabaram furando a fila muito por conta da minha necessidade de ler algo mais fantasioso e menos sério.
E assim fui ler Eragon, o primeiro livro da série, e me surpreendi. Quando fui lê-lo pensei "deve ser algo meio Harry Potter, afinal foi escrito por um menino de 15 anos". Não, não é. É digno de um Senhor dos Anéis, que, aliás, é de onde ele tira muitas idéias, só que Paolini trabalha com muita personalidade, o que é impressionante. Algumas coisas obviamente estão lá: as raças, as disputas entre as raças, as lutas, as línguas inventadas e as músicas. Só isso já impressionante dado a idade do autor...
Agora, acrescente a isso: dragões, personagens profundos e que se desenvolvem com o tempo, um vocabulário que me deixou tonta, estilo e uma visão de bem e mal mais interessante do que a de Tolkien. Deu para dar uma idéia?
Pois é, adorei o primeiro livro! A história é mesmo emocionante, o livro inteiro é perseguição, não dá para parar! Existem alguns momentos mais mornos, mas eles são logo seguidos de mais perseguição, ação, sangue, morte e destruição. Com a vantagem de que existem razões para isso tudo.
Bom... agora vou me segurar para não entrar na análise do segundo livro (que terminei ontem)... quem sabe eu consigo um tempinho e faço a análise ainda antes do Carnaval?
Nota 9
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
O véu da ilusão da morte
Depois de quase um ano do lançamento do livro, do qual fui convidada de honra, finalmente o li. É vergonhosa a minha demora, eu sei... mas ano passado eu não estava no clima para esse tipo de leitura, como os amigos mais chegados sabem. Mas esse fim de semana foi muito produtivo, e em mais ou menos uma hora o li. Depois de A Cabana foi um bálsamo para a minha mente.
O livro é lindo, são 4 contos bem curtos mas muito densos, onde cada palavra foi escolhida por uma determinada razão, tecendo lindas histórias escritas de forma magnífica. Fazia tempo que eu não lia algo tão gostoso! É quase uma mistura de prosa com poesia! E é muita informação, também... é daqueles livros que você deve ler diversas vezes, pois cada vez você perceberá algo novo ou diferente.
Gostei especialmente do último conto, que é o mais curto e me fez rir sozinha por um bom tempo... e apreciei muito o segundo. De todos achei o terceiro o menos interessante, mas é porque ele me pareceu confuso, com informação demais em pouco tempo, vou precisar lê-lo novamente para entender.
De qualquer forma, o livro é magistral. E não é porque a escritora é minha amiga não! Se o livro não fosse bom talvez eu preferisse não dizer isso em público, e simplesmente não diria nada (para não causar desconforto). Mas não é esse o caso! Valeu a pena a leitura! Obrigada por salvar o fim de semana, Yasmin!
Nota 9
Para maiores informações sobre o livro, que não é fácil de achar veja aqui
O livro é lindo, são 4 contos bem curtos mas muito densos, onde cada palavra foi escolhida por uma determinada razão, tecendo lindas histórias escritas de forma magnífica. Fazia tempo que eu não lia algo tão gostoso! É quase uma mistura de prosa com poesia! E é muita informação, também... é daqueles livros que você deve ler diversas vezes, pois cada vez você perceberá algo novo ou diferente.
Gostei especialmente do último conto, que é o mais curto e me fez rir sozinha por um bom tempo... e apreciei muito o segundo. De todos achei o terceiro o menos interessante, mas é porque ele me pareceu confuso, com informação demais em pouco tempo, vou precisar lê-lo novamente para entender.
De qualquer forma, o livro é magistral. E não é porque a escritora é minha amiga não! Se o livro não fosse bom talvez eu preferisse não dizer isso em público, e simplesmente não diria nada (para não causar desconforto). Mas não é esse o caso! Valeu a pena a leitura! Obrigada por salvar o fim de semana, Yasmin!
Nota 9
Para maiores informações sobre o livro, que não é fácil de achar veja aqui
domingo, 24 de janeiro de 2010
A Cabana
SOIPER FREE
Depois de ficar curiosa com o sucesso do livro e de tê-lo comprado por um bom preço na última Bienal, acabei por postergar a leitura por uns bons meses. Isso porque acabei descobrindo que se trata de um livro de auto-ajuda, e eu não costumo gostar desses livros (a única excessão são os livros da Oriah Mountaindreamer). Quem acabou me convencendo novamente a encará-lo foi uma amiga, que ficou insistindo que eu o lesse. Bom, aí está.
A Cabana é um livro desenhado para mexer com as emoções do leitor, de forma a fazer a mensagem ser aceita mais facilmente. A mensagem é até bonita e muita gente realmente deve aprender muito com o livro, o que é ótimo. Pessoalmente eu não gostei da roupagem da mensagem, mas isso é um problema pessoal meu com a bíblia, especialmente com o velho testamento.
De qualquer forma fiquei com a impressão de que o livro só serve para leitores cristãos, quem já leu coisas sobre qualquer outra religião precisa se esforçar para ignorar a roupagem e se limitar a admirar a mensagem. O que fica meio complicado em determinadas passagens que são realmente muito limitadas e parecem uma aula de catequismo.
Quanto história não há grandes novidades, você sabe qual será o final logo no início, o que é meio chato. A descrição dos acontecimentos que justificam a história é a melhor parte do livro, literáriamente falando. E realmente não me assusta que Anne Rice tenha ajudado a escrevê-lo... ainda mais depois da reviravolta espiritual dela, dá para ver que ela ajudou, o que é bom, ele ficou bem escrito.
Para quem nunca leu nada sobre espiritualidade, é um bom começo. De resto, é um livro meio enfadonho com descrições bonitas, e só.
Nota 6
Depois de ficar curiosa com o sucesso do livro e de tê-lo comprado por um bom preço na última Bienal, acabei por postergar a leitura por uns bons meses. Isso porque acabei descobrindo que se trata de um livro de auto-ajuda, e eu não costumo gostar desses livros (a única excessão são os livros da Oriah Mountaindreamer). Quem acabou me convencendo novamente a encará-lo foi uma amiga, que ficou insistindo que eu o lesse. Bom, aí está.
A Cabana é um livro desenhado para mexer com as emoções do leitor, de forma a fazer a mensagem ser aceita mais facilmente. A mensagem é até bonita e muita gente realmente deve aprender muito com o livro, o que é ótimo. Pessoalmente eu não gostei da roupagem da mensagem, mas isso é um problema pessoal meu com a bíblia, especialmente com o velho testamento.
De qualquer forma fiquei com a impressão de que o livro só serve para leitores cristãos, quem já leu coisas sobre qualquer outra religião precisa se esforçar para ignorar a roupagem e se limitar a admirar a mensagem. O que fica meio complicado em determinadas passagens que são realmente muito limitadas e parecem uma aula de catequismo.
Quanto história não há grandes novidades, você sabe qual será o final logo no início, o que é meio chato. A descrição dos acontecimentos que justificam a história é a melhor parte do livro, literáriamente falando. E realmente não me assusta que Anne Rice tenha ajudado a escrevê-lo... ainda mais depois da reviravolta espiritual dela, dá para ver que ela ajudou, o que é bom, ele ficou bem escrito.
Para quem nunca leu nada sobre espiritualidade, é um bom começo. De resto, é um livro meio enfadonho com descrições bonitas, e só.
Nota 6
sábado, 23 de janeiro de 2010
Caim
SPOILER FREE
Nem sei por onde começar... é Saramago, né? Difícil ser ruim... mas daí a ser tão bom... nossa, Saramago acertou na mão. Tem um estilo parecido com O Evangelho Segundo Jesus Cristo, só que mais interessante, pois dessa vez o escritor lança mão de outros artifícios literários muito bem utilizados. Me lembrou o humor da tirinha Um Sabado Qualquer (veja aqui, vale a pena), o que eu gostei muitíssimo!
O único defeito do livro é ser curto, quando termina dá um gostinho forte de quero mais. Saramago talvez pudesse ter ido mais longe na história, abrangendo mais coisas da bíblia. Mas ele é um senhor bem velhinho que sabe o que faz, não vou prejudicar sua obra por uma curiosidade minha. E de qualquer forma, sua finalização é triunfal... e seria uma pena perdê-la só para deixar a história mais comprida.
É difícil dizer mais do que isso sem dar spoiler, mas vale ressaltar o humor e a ironia fantásticas do livro. Se você for muito religioso, a ponto de não gostar de brincadeiras, não leia. Caso você não seja cristão ou judeu, é diversão garantida! Caso você seja, mas tenha bom humor, também! Vai entrar na lista dos livros sugeridos!
Nota 9,5 (só porque eu queria mais!!!)
Nem sei por onde começar... é Saramago, né? Difícil ser ruim... mas daí a ser tão bom... nossa, Saramago acertou na mão. Tem um estilo parecido com O Evangelho Segundo Jesus Cristo, só que mais interessante, pois dessa vez o escritor lança mão de outros artifícios literários muito bem utilizados. Me lembrou o humor da tirinha Um Sabado Qualquer (veja aqui, vale a pena), o que eu gostei muitíssimo!
O único defeito do livro é ser curto, quando termina dá um gostinho forte de quero mais. Saramago talvez pudesse ter ido mais longe na história, abrangendo mais coisas da bíblia. Mas ele é um senhor bem velhinho que sabe o que faz, não vou prejudicar sua obra por uma curiosidade minha. E de qualquer forma, sua finalização é triunfal... e seria uma pena perdê-la só para deixar a história mais comprida.
É difícil dizer mais do que isso sem dar spoiler, mas vale ressaltar o humor e a ironia fantásticas do livro. Se você for muito religioso, a ponto de não gostar de brincadeiras, não leia. Caso você não seja cristão ou judeu, é diversão garantida! Caso você seja, mas tenha bom humor, também! Vai entrar na lista dos livros sugeridos!
Nota 9,5 (só porque eu queria mais!!!)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
O Grande Gatsby
O ano começou bem, logo com um clássico da literatura norte-americana! Ao mesmo tempo, é complicado e perigoso analisar um livro desse gênero... ainda mais porque eu peguei uma versão muito mais ou menos, a edição não foi muito cuidadosa, faltaram notas sobre algumas obras citadas no texto e a correção ortográfica e de tradução não foram lá grandes coisas, peguei alguns erros muito bobos. Então, fica logo a dica: evitem a edição da Victor Civica de 1980.
Mas o texto... dá para entender porque F. Scott Fitzgerald ficou famoso! A forma de escrever, claro, é meio antiquada, mas tenho certeza de que na época era bem moderno! Lembra um pouco Mark Twain, que é do mesmo período. A história em si é bem manjada, muitos já escreveram sobre o amor, mas o tempero é bem da época, o que torna tudo muito mais interessante! É quase uma aula sobre como escrever de forma a prender o leitor, com todas as viradas colocadas nos pontos certos! É só o leitor não ser chato com o jeito antigo de escrever... senão, infelizmente, não tem muita salvação, é melhor ver só o filme.
Além disso, é curioso ver um retrato de uma sociedade que não existe mais daquela forma, mas com problemas eternos aos homens. A descrição de Nova York é especialmente interessante, e os detalhes de como as pessoas viviam saltam aos olhos... uma coisa interessante de se reparar quando se pensa que o livro foi mesmo escrito naquela época, então não era o foco do autor descrever essas coisas para outra geração.
Muitíssimo recomendado, nota 9!
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Livros lidos em 2009
Bom... antes de fazer a resenha do primeiro livro do ano (que já terminei, é claro!) vamos fazer uma pequena retrospectiva 2009, para abrir espaço para a lista de livros de 2010! Esse post vem meio atrasado, mas é que não fazia sentido tirar a lista 2009 sem ter nada para colocar em 2010, né?
Mas chega de enrolação e vamos lá!
Depois veio a minha primeira trilogia da Nora Robberts. Bem... não que eu não tenha gostado dos livros... mas assim, tem tanta coisa melhor pra ler tanto de pornô quanto de bruxas que eu não entendi o porquê de se misturar as coisas. Não ficou tão bom não... não sei se lerei outra coisa da autora... só se meus livros a serem lidos acabarem ou em alguma outra situação extrema e improvável.
Depois entrei numa fase de livros históricos maravilhosos! Descobri Christian Jacq (estou já com mais uns 3 livros dele na fila de espera), li coisas novas do mestre Cornwell... tudo muito bom! Entre cortado por algumas escapulidas para o mundo fantástico de Harry Potter e Babylon 5! Harry Potter é sempre uma leitura leve e agradável... Babylon 5 teve seus altos e baixos, mas foi bom para melhor apreciar os demais livros.
Enfim, muito produtivo e recompensador! Vamos ver como será 2010... tomara que eu consiga ler mais livros do que comprar esse ano... é sempre um desafio para mim! E a meta continua: 30 livros!
Mas chega de enrolação e vamos lá!
Livros lidos em 2009
- Ramsés vol 5 - Sob a Acácia do Ocidente
- Ramsés vol 4 - A Dama de Abu Simbel
- Ramsés vol 3 - A Batalha de Kadesh
- Ramsés vol 2 - O templo de milhões de anos
- Ramsés vol 1 - O Filho da Luz
- Babylon 5 - Final Reckoning
- Babylon 5 - Deadly Relations
- Harry Potter and the Goblet of Fire
- Harry Potter and the Prisioner of Azkaban
- Harry Potter and the Chamber os Secrets
- Harry Potter and the Philosopher`s Stone
- Babylon 5 - Dark Genesis - The birth of Psi Corps
- The Graveyard Book
- The Tales of Beetle The Bard
- A Devastação de Sharpe
- Os Fuzileiros de Sharpe
- A Presa de Sharpe
- Sharpe em Trafalgar
- A Fortaleza de Sharpe
- O Triunfo de Sharpe
- O Tigre de Sharpe
- Filae - O último templo Pagão
- O Condenado
- Enfrentando o fogo - trilogia da magia vol 3
- Entre o céu e a terra - trilogia da magia vol 2
- Dançando no ar - trilogia da magia vol 1
- Midnight sun (o que foi disponibilizado pela autora)
- Breaking Dawn
- Eclipse
- New Moon
- Twilight
Depois veio a minha primeira trilogia da Nora Robberts. Bem... não que eu não tenha gostado dos livros... mas assim, tem tanta coisa melhor pra ler tanto de pornô quanto de bruxas que eu não entendi o porquê de se misturar as coisas. Não ficou tão bom não... não sei se lerei outra coisa da autora... só se meus livros a serem lidos acabarem ou em alguma outra situação extrema e improvável.
Depois entrei numa fase de livros históricos maravilhosos! Descobri Christian Jacq (estou já com mais uns 3 livros dele na fila de espera), li coisas novas do mestre Cornwell... tudo muito bom! Entre cortado por algumas escapulidas para o mundo fantástico de Harry Potter e Babylon 5! Harry Potter é sempre uma leitura leve e agradável... Babylon 5 teve seus altos e baixos, mas foi bom para melhor apreciar os demais livros.
Enfim, muito produtivo e recompensador! Vamos ver como será 2010... tomara que eu consiga ler mais livros do que comprar esse ano... é sempre um desafio para mim! E a meta continua: 30 livros!
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