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domingo, 27 de outubro de 2019

The Rules of Magic - As regras do amor e da magia



SPOILER FREE

Depois de me deliciar com o original Practical Magic, aproveitando para rever o filme do final dos anos 90, eu não podia deixar de ler o novo livro de Alice Hoffman que se passa no mesmo universo.

The Rules of Magic, lançado em português no início de 2019 com o título As regras do amor e da magia, conta a história das melhores tias da literatura e do cinema, Jet e Franny, que, quem diria, além de terem um irmão, Vincent, que é uma raridade na família Owen, também têm uma tia que mora na mesma casa especial do livro original, Isabelle.


Não sei o quanto o filme influenciou a autora na hora de definir o enredo de Rules of Magic, mas certamente esse livro tem muitos detalhes que parecem saídos do filme e que não estavam na obra original. Não sei nem se isso é possível, porque desconheço o contrato para o filme, mas talvez a espera de 20 anos para lançar a história que se passa antes tenha permitido isso.

Apesar do livro ser interessante, e bem mais carregado na magia que o original, dois fatores me deixaram insatisfeita com o resultado. O primeiro é que a quantidade de detalhes que parecem ter saído do filme mais parecem justificar a película do que colaborar com o novo enredo. O segundo é que na verdade o livro não traz grandes novidades com relação ao primeiro. Parece a mesma história com um novo formato.

Não que The Rules of Magic seja uma leitura ruim, é até muito agradável, e ver a quantidade de magias e outros ramos da família e toda a questão dos anos 60 e 70 dá um fôlego para a saga da família Owen. O problema é que eu esperava mais. Não ajuda o fato que o livro é um tanto quanto arrastado.

Mas Jet, Franny e Vincent são personagens muito cativantes e carregam a história no muque, apesar das escolhas da autora.

Nota 9.

Twisted Marriage (Filthy Vows #2)



SPOILER FREE

Depois de ler o primeiro livro da duologia Filthy Vows, eu achava que Alessandra Torre sabia escrever erótica de qualidade, mas, depois de ler o segundo acho que ela é uma das melhores autoras do gênero.

Para quem gostou do primeiro volume, o segundo é ainda melhor. Easton e Elle continuam nas suas explorações sexuais, e para somar (piadinha infame proposital), eles ainda precisam lidar com questões emocionais de seus melhores amigos. Porque Alessandra Torre consegue escrever histórias eróticas realmente interessantes e mais complexas que a média.

Depois de terminar de ler o livro, descobri que esse volume ainda tem a aparição de alguns personagens de outra série queridinha do público da autora. E eu gostei tanto que agora estou atrás desses livros, preciso ler mais sobre eles também. Claro que eles são de outra série erótica, e se essa série tiver a mesma qualidade de Filthy Vows ficarei ainda mais feliz.

Recomendadíssimo para quem gosta do gênero.

Nota 10!


Filthy Vows (Filthy Vows #1)



SPOILER FREE

Alessandra Torre é uma autora americana que eu descobri por conta do livro The Ghostwriter, que eu amei com todo o meu coração. Fiquei ainda mais impressionada porque ela é mais conhecida por seus livros de literatura erótica, e por isso resolvi ler mais dela dentro do seu gênero mais famoso.

Filthy vows é o primeiro livro de uma duologia, que sim, é erótica, mas, é um dos livros do gênero mais interessantes que já li. Não só Alessandra Torre sabe escrever, inclusive cenas de sexo, mas ela também sabe escrever personagens complexos e instigantes. Para o gênero, vamos colocar as coisas em contexto.

Pessoalmente gostei não só da história, mas também dos personagens. Só senti falta de mais pontos de vista do Easton, apesar de curtir muito a Elle. A primeira parte, que conta como eles se conheceram é simplesmente uma delícia e de se escangalhar de rir.

Apesar de ter lido algumas resenhas que reclamam do enredo andar devagar, confesso que isso foi uma das coisas que gostei mais, porque dá tempo de entender melhor o que se passa na cabeça das personagens e deixa o clímax ainda mais climático. Mal posso esperar para ler o livro seguinte!

Nota 10!

One-Star Review



SPOILER FREE

Eis um livro que resolvi comprar e ler porque a sinopse era interessante demais. 

Ainda sem tradução em português, One-Star Review traz a história de uma autora que escreve sob um pseudônimo e ganha rios de dinheiro com seus livros best-sellers. O problema é que nem sempre foi assim, e ela guarda um grande rancor de quem escreve resenhas ruins de forma gratuita.

O autor americano R. E. Sargent criou uma interessante atmosfera de suspense com sua escritora assassina, e o livro é muito gostoso de ler, apesar de um tanto quanto curto. Mas eu preciso dizer que gostei particularmente do final.

Lana Brooks é tão instigante que confesso que fiquei torcendo para ela se safar de todos os assassinatos, e eu poderia ter lido muito mais sobre ela do que o autor escreveu nesse volume. É um ótimo sinal quando o livro acaba e ficamos com gostinho de quero mais.

Não tenho a menor ideia se o autor é tão bom nos seus outros livros quanto ele conseguiu ser feliz nesse aqui, mas depois dessa amostra eu certamente pretendo testar outros dos seus trabalhos.

Nota 9.

O livro das perguntas



SPOILER FREE

Estou começando a achar que não estou sabendo escolher os livros do Pablo Neruda para ler. Talvez porque ele tem estado meio fora de moda, não tem sido fácil encontrar muitos volumes dele a venda, ainda mais em edições bilíngues. Por isso comprei esse aqui, foi dos poucos que achei.

Mas o livro das perguntas não me conquistou. Ele consiste em diversas poesias que são tão iguais que são numeradas do início ao fim e são 100% compostas de perguntas. Não sei porque eu esperava algo diferente com esse título, mas enfim.

O problema do livro não é nem que ele é composto dessa forma. O problema é que eu não curti as poesias mesmo. Achei que são desconjuntadas e extremamente repetitivas. E olha que eu não leio poesias em grande volume, mas mesmo lendo 3 ou 4 por vez fiquei com essa sensação.

Não condiz com a fama do poeta chileno.

Nota 5.


Home for the Holidays: A Night Huntress Novella (Night Huntress #6.5)



SPOILER FREE

E estamos chegando no final da saga de Night Huntress! Esse conto/novela se passa entre os volumes 6 e 7 da série, e originalmente foi publicado junto com outros contos de diversos autores num volume natalino de histórias de vampiros. Sim, isso existe.

Dessa vez, Cat precisa se unir com aliados inesperados porque uma ameaça em comum surgiu e está controlando diversos vampiros. E claro, ela fica reclamando porque Bones não está agindo como o controlador de costume... como odeio esse personagem.

Desde que eles começaram esse relacionamento esquisito que a autora cisma em pintar de romântico, eu fico torcendo para Cat arranjar outro bofe.

E nessa novela não acontece nada de diferente nesse quesito. Uma pena.

Mas o novo inimigo é interessante, e a ação é divertida, o que contrabalanceia um bocado as partes ruins. A interação entre Cat, Ian e o demônio é bem montada, o que torna a leitura bem mais agradável. Nada como tirar Bones das cenas principais para melhorar a história.

Infelizmente essa novela não foi lançada em português.

Nota 7.


Cinderella and the Geek (British Bad Boys #1)



SPOILER FREE

Quem tem acompanhado o blog esse ano já percebeu que eu tenho favorecido leituras mais leves e descomprometidas que o meu normal. Cinderella and the Geek é mais um dessa leva.

A autora inglesa Christina Phillips traz uma história fofa, de uma jovem que trabalha numa empresa de jogos (pense na Blizzard) e é apaixonada pelo seu chefe. E é basicamente isso com tema de Cinderela porque tem uma noite que lembra o baile.

O enredo é bastante simples e não compromete. As personagens são fofas. Tem momentos muito engraçados.

Porém, o livro não tem nenhuma tensão. É daqueles livros que você chega ao fim e fica pensando, ué, cadê o clímax? Não tem mesmo. Toda a tensão da história é baseada no fato que o casal principal não fala um com o outro. Eles fazem decisões nas suas cabeças e não dizem pro outro. E é isso.

E como esse tipo de enredo me irrita: nota 7.

domingo, 20 de outubro de 2019

Practical Magic - Da Magia à Sedução



SPOILER FREE

Há razoavelmente pouco tempo, descobri que o clássico dos anos 90 com a Sandra Bullock e Nicole Kidman, Da magia à sedução, era baseado num livro! Descobri porque a autora, Alice Hoffman, quase 20 anos depois, resolveu lançar uma continuação que na verdade se passa antes da história original.

Apesar da continuação acontecer antes, resolvi ler os livros na ordem da publicação, até para poder comparar a obra ao filme, claro! Ótima desculpa para rever o clássico!

O livro Practical Magic, que manteve os nomes nos filmes tanto em inglês quanto em português, é uma coisa muito fofa. O livro inclusive tem muito mais cara de realismo fantástico do que de fantasia, com alguns momentos onde essa linha é realmente ultrapassada, de forma que podemos de fato dizer que é uma história sobre bruxas.

No livro, as personagens da Sandra Bullock e da Nicole Kidman possuem as mesmas características que você encontra no filme, porém, elas não são tão bruxas assim, e as razões pelas quais ambas acabam fugindo da casa das tias, que são as melhores personagens, claro, também são bem mais profundas e um tanto quanto diferentes do cinema. 

O livro não é sobre magia, é sobre descobrir o que se quer na vida, se aceitar e aceitar que se merece ser feliz. É sobre não negar o passado, e sim tirar forças dele para ir para o futuro que se quer. As relações entre as mulheres Owen no livro são o grande forte do enredo. Que os amantes tenham papeis importantes é uma coisa, mas a história não gira em torno deles, e sim em torno de como as mulheres, tanto irmãs, quanto mãe e filhas e demais familiares se relacionam.

O livro é lindo demais. Vale a pena a leitura, especialmente se você não lembra todos os detalhes do filme, porque a história é bem diferente.

Por mais que as personagens tenham características bem semelhantes, o filme inventa toda uma preocupação em torno de uma maldição que não existe no livro, por exemplo. E o filme faz a maior sacanagem de todas: tira a continuação da história da personagem da Nicole Kidman, o que me parece ser um castigo por ela ser uma personagem tão livre sexualmente. O filme perde muito ao fazer essa escolha.

As filhas da personagem da Sandra Bullock também são mais velhas no livro, o que torna toda a dinâmica bem mais interessante, pois você pode comparar as diferenças tanto de comportamento entre as gerações, como também em como a mãe e a tia se relacionam com as adolescentes em comparação em como era quando as duas eram mais jovens com as tias. 

Dessa forma, em diversos níveis, o livro é muito mais profundo, interessante e bonito que o filme. E olha que o filme envelheceu bem! A escolha do final do filme é particularmente interessante, mostrando uma irmandade feminina bem mais ampla que no livro. Apesar desse não ser o objetivo no livro, ele não é sobre isso.

Enfim, sem desmerecer o filme, o livro é melhor!

Nota 10.

One Grave at a Time (Night Huntress #6) - Uma Sepultura por vez



SPOILER FREE

E chegamos no sexto volume da série Night Huntress! Minhas esperanças de recuperação da série estão definitivamente mortas. Respirem fundo...

Seguindo o esquema que se tornou óbvio nos livros anteriores, Uma Sepultura por vez tem como monstro da semana Heinrich Kramer. O famoso inquisitor, que é um dos coautores do famigerado Martelo das Bruxas, o livro mais misógino da história. Para dar uma variada, Heinrich não aparece como morto-vivo, e sim como uma assombração que uma vez por ano, no Halloween, claro, consegue matar três mulheres da forma mais clássica estilo caças às bruxas: queimando-as vivas.

Quando mencionei nas resenhas anteriores que um dos problemas da série é que as personagens são poderosas demais, agora podemos somar a isso o fato de que os poderes não são lá muito consistentes. No caso de Cat, a autora até dá uma desculpa interessante para isso, mas para os outros parece meio estranho.

No caso específico desse volume ainda tem o problema que o livro não se decide em quem é o antagonista da vez, o inquisitor fantasma (que também tem poderes exagerados) ou o novo chefe da divisão especial do governo americano onde Cat trabalhou. O enredo fica bem bagunçado com essas duas linhas narrativas, e as escolhas de Cat nesse quesito são bem aleatórias.

Aliás, de forma geral, todos se comportam de forma esquisita nesse volume. Vários personagens agem fora das suas personalidades, algumas discussões são simplesmente bizarras e sem sentido. O pouco de humor que sobrevive nesse livro vem dos personagens novos. Os demais estão bem sem graça.

Fora a hipocrisia da coisa: toda a questão de Cat com Heinrich é que ele é misógino, mas ela é casada com um cara possessivo e controlador, além de se submeter a ele. É bizarro! Simplesmente não faz sentido. Novamente me parece que a autora quer justificar que a relação entre Cat e Bones é legal simplesmente dando exemplos piores de comportamento. Não é assim que a coisa funciona Jeaniene.

Enfim, fiquei muito irritada lendo esse livro. Tanto que decidi dar um intervalo entre ele e a novela e o último volume da série. Preciso desintoxicar.

Nota 4.


This Side of the Grave (Night Huntress #5) - Deste Lado da Sepultura



SPOILER FREE

Depois de um bom início e uma descida ladeira abaixo, Jeaniene Frost consegue tirar a série Night Huntress do buraco.

Dessa vez, Cat precisa enfrentar o ghoul Apollyon, que nada mais é que uma versão fascista dos mortos vivos. Sério, ele excita uma rixa racial entre vampiros e ghouls, claro que dizendo que ghouls são superiores, e quer ver Cat morta porque ela é diferente demais. Ele ainda por cima quer ser o grande chefe de todos os ghouls. Para isso ele faz lavagem cerebral em seus seguidores que passam a matar discriminadamente vampiros. Hitler ficaria orgulhoso.

Apesar de parecer simples, pelo menos esse enredo é envolvente, e aqui o relacionamento entre Cat e Bones é um pouco menos ruim. Mas a melhor parte é simplesmente os personagens secundários. Vlad dá um show a parte, assim como Marie Laveau. Sim, a rainha vodu de Nova Orleans, essa personagem linda e maravilhosa que já havia aparecido numa das poucas cenas incríveis no livro anterior.

Se por um lado alguns dos personagens secundários são uma das razões para a série ter saído do buraco, por outro lado, outros jogam contra. Mas a culpa é da autora, claro. Jeaniene Frost resolveu escrever algumas séries estilo spin-off, só que pelo menos dois livros dessas séries possuem consequências para o quinto volume de Night Huntress. Se isso tivesse sido bem feito não teria nenhum problema, mas como não foi, a sensação é de que o leitor pulou algum volume da série original. A definição de spin-off certamente não é essa. Spin-offs não devem dar essa sensação, se dão, eram para fazer parte da série original.

O pior é que o que acontece em Deste Lado da Sepultura dá quilos de spoilers desses dois livros, o que tira completamente a vontade de lê-los.

Além desses pontos positivos e negativos, esse volume não tem o mesmo frescor nos primeiros livros da série. O humor não está mais tão interessante. A história, apesar de ser melhor que a do livro anterior, não tem nenhuma grande novidade. Os volumes estão começando a parecer fórmula, tipo monstro da semana. Dessa vez é o ghoul Apollyon, e ele nem é um antagonista tão forte.

No final das contas é uma melhora, mas não o suficiente para chegar no nível dos primeiros livros da série.

Nota 7.



Destined for an Early Grave (Night Huntress #4) - Destinada À Sepultura



SPOILER FREE

Depois de um início sensacional para a série Night Huntress, seguido de um terceiro volume que mais pareceu um buraco no meio do caminho, a autora Jeaniene Frost resolveu cair numa vala.

Se Bones começou a dar sinais estranhos no terceiro livro da série, ele aqui resolveu assumir seu lado machista e ciumento até o último fio de cabelo. Para piorar a situação, o enredo principal de Destinada à Sepultura, título do livro em português, é uma das coisas que eu mais detesto em literatura ou quadrinhos.

Cat descobre que ela teve sua memória apagada, quando ela tinha 16 anos ela chegou a ser raptada por um vampiro, e foi salva por um dos amigos de Bones. Todo o drama em torno desse acontecimento é saber se 1) ela se casou ou não com o vampiro que a raptou, 2) se ela era apaixonada por ele ou não e 3) se ela perdeu a virgindade com o tal vampiro. É tanto machismo e babaquice envolvidos nesse plot que é melhor nem desenvolver muito, senão vão sair vários posts desse assunto e nada vai mudar o fato que o resultado é um livro ruim.

Além do enredo preguiçoso baseado em apagar memórias, de todo o lado mega machista assumido pelo par romântico da personagem principal, que diferentemente dos livros anteriores, resolve simplesmente aceitar que o cara é assim e ela vai engolir; o livro ainda sofre novamente com um aumento bem desproporcional dos poderes das personagens. A relação entre Cat e Bones certamente sofre com isso também. De um casal super divertido, eles passaram a ser uma coisa nojenta, estou torcendo pra Cat arranjar outro homem.

Para piorar, a autora tenta melhorar a visão do leitor com relação a Bones o comparando com um cara ainda pior. Gente, não é porque outro cara é pior que você deve ficar com um ruim. Que tipo de ideia é essa para uma personagem como Cat, que é toda trabalhada no seu empoderamento?

Infelizmente, a série tem 7 volumes. O que quer dizer que ou a autora melhora isso, ou eu vou sofrer e escrever resenhas destrutivas por mais 3 livros, e uma novela que fica entre os volumes 6 e 7. Estou na torcida pela melhora.

Nota 4.

At Grave's End (Night Huntress #3) - À Beira da Sepultura



SPOILER FREE

No terceiro livro da série Night Huntress, a autora Jeaniene Frost traz um volume recheado de ação do início ao fim! Com diversos personagens novos sendo introduzidos, o enredo é levado a um novo nível de tensão!

Em compensação, o livro me deixou dividida de uma forma não tão agradável. A relação entre Cat e Bones, que era tão interessante e divertida nos dois primeiros volumes da série, começou a parecer menos saudável nesse livro. Muito mal disfarçado de possessividade de vampiros, boa parte da tensão entre os dois agora é por conta de ciúmes. E Bones está começando a ser apenas mais um macho controlador, apesar de bom de cama.

Por outro lado, outros personagens interessantes estão sendo apresentados. Jeaniene traz do túnel do tempo Drácula, numa das versões mais instigantes que já li do personagem. Outro ganho são alguns amigos mais antigos de Bones, incluindo Mencheres, um vampiro da época do Egito antigo. Se por um lado Bones perde pontos, o enredo ganha muito com essas adições. Especialmente no quesito humor. Não há como não se apaixonar por Vlad.

Essas novas personagens fazem uma grande diferença ao longo da ação envolvida no enredo desse volume. Afinal, ele está recheado de momentos de grande tensão e lutas, muitas lutas.

Apesar da adrenalina para dar e vender, o livro tem problemas além do par romântico principal começar a perder o brilho. Quando se trabalha com literatura de fantasia, o problema da suspensão da descrença pode ser complicado. Pois, apesar das premissas já serem fora da realidade, afinal se trata de uma fantasia com direito a vampiros, elas ainda assim precisam ser razoavelmente coerentes entre si, e isso inclui o nível de poder das personagens dentro do mundo apresentado.

Eu comecei a achar que a autora está começando a perder a mão nesse sentido.

Vamos ver como vai continuar nos volumes seguintes, mas por enquanto já afetou esse aqui.

Nota 7.

One Foot in the Grave (Night Huntress #2) - Com um Pé na Sepultura



SPOILER FREE

O segundo livro da série Night Huntress consegue ser tão bom quanto o primeiro. A autora americana Jeaniene Frost traz uma nova visão da sua personagem meio vampira Cat, que agora é agente de uma divisão especial para o mundo sobrenatural do governo americano.

Numa continuação bem direta do final do primeiro livro, que sim, tem um gancho, mas de tamanho aceitável, agora se passaram alguns anos entre a fuga de Cat e o início da sua carreira como agente especial. É muito interessante ver a personagem numa carreira, já com uma ascensão profissional, amigos e até uma tentativa de se envolver numa nova relação romântica.

Lançado em português, uns 5 anos do lançamento original, como Com um Pé na Sepultura, há no livro um equilíbrio bem montado entre a nova vida criada por Cat e o enredo que a autora propõe, onde a meio vampira tem a sua cabeça colocada a prêmio, justamente por seu sucesso na caça aos vampiros. O retorno de Bones à história é bem feito, e traz um tempero sensacional. A química entre os dois está maravilhosa.

Vale muito a pena a leitura. A série promete muito, e o seu sucesso é muito óbvio pela qualidade do enredo e da escrita de Jeaniene Frost. Excelente para o gênero de vampiros e young adult.

Nota 9.

Halfway to the Grave (Night Huntress #1) - A caminho da sepultura



SPOILER FREE

A autora americana Jeaniene Frost tem feito bastante sucesso com suas séries de fantasia envolvendo vampiros, a mais famosa é Night Huntress. Claro que acabei por arranjar a série para ler.

O primeiro volume da série, que em português foi lançado como A caminho da sepultura em 2007, apresenta Cat, uma meio vampira que caça vampiros porque sua mãe foi estuprada por um, e por isso ela acredita que todos são demônios que devem ser devidamente despachados para o inferno. Ela tem tido bastante sucesso na sua missão até encontrar o mestre vampiro e caçador de recompensas Bones, que não só a torna caça ao invés de caçadora no seu primeiro encontro, como começa a convencê-la que nem todos os vampiros são maus.

Os dois acabam por entrar num acordo, Bones vai ajuda-la a encontrar e matar de vez o seu pai, e Cat vai ajudar Bones a caçar os vampiros na sua lista de recompensas. No caminho, ele também vai treiná-la para que ela não morra durante as missões.

O primeiro livro da série é muito, mas muito divertido. Com um clima bem na vibe de Buffy, Cat e Bones fazem uma dupla muito interessante, e o mundo criado pela autora é bem montado. A questão do preconceito de Cat e toda a relação dela com sua família e com a comunidade da sua cidade do interior dos Estados Unidos é bem explorada no enredo, o que o enrique muito. 

Preciso dizer que fiquei positivamente impressionada com Jeaniene Frost. Entendo perfeitamente o seu sucesso, e realmente o livro merece a atenção que recebeu.

Nota 9.

Love and Music (and Missing Ted Callahan): A Novella Sequel



SPOILER FREE

Depois de um livro tão divertido quanto Kissing Ted Callahan, é claro que eu dei um jeito de conseguir a continuação, por mais que ela seja uma novela e não outro livro.

Rever a personagem Riley é realmente uma delícia, que personagem divertida! Amy Spalding foi muito feliz na sua criação. E vê-la com menos drama do que no livro original também é interessante. A história aqui é bem mais simples, a banda de Riley vai se apresentar num festival, mas Ted Callahan não pode ir junto porque tinha outro compromisso.

Toda a história aqui é feita praticamente para você se divertir com as graças de Riley e sua tietagem com outros músicos, além de uma questão de confiança ou não em Ted, que se contrapõe com a forma como Reid, seu amigo de banda do primeiro livro, está se relacionando com a sua namorada. Nesse quesito, inclusive, a novela é nota 10. São poucas as vezes que se vê uma personagem principal num relacionamento tão saudável. Vale a pena só por isso.

Em compensação, talvez pela falta de conflito no enredo, Riley acaba por ficar um tanto quanto exagerada nessa história, e por isso parte da graça da personagem se esmaece. Inclusive, esse exagero é o maior defeito de Love and Music.

Por isso, nota 9.