SPOILER FREE
O Desafio Literário Corujesco de julho (resolvi me adiantar um pouquinho) tem como tema um livro ambientado nos anos 20. Claro que o primeiro que me veio a cabeça foi Gastby, mas eu já li o clássico. Então encontrei no meu Kindle esse romance histórico que conta a história de Zelda Fitzgerald, esposa do autor de Gatsby, F. Scott Fitzgerald.
Confesso que eu não sabia nada da história dela, e que ao longo da leitura resolvi dar uma pesquisada. Fiquei muito impressionada com a história de Zelda, a primeira flapper, artista por si só, mas que foi totalmente ofuscada e, porque não dizer, plagiada pelo marido. Ela foi a síntese do que era a loucura dos anos 20, não se pode negar, e ela pagou um preço bastante caro por isso, tendo sido diagnosticada com esquizofrenia (o que tem sido questionado hoje em dia) e internada diversas vezes em manicômios. Sim, aqueles aterrorizantes do início do século XX, com aqueles tratamentos bizarros.
Sua morte é uma coisa totalmente sem sentido. E vou deixar quem quiser pesquisar, é muita tragédia.
Mas Zelda teve uma vida incrível, no meio da nata artística do entre guerras. E como ela colaborou, querendo ou não, diretamente ou não, com toda a produção do seu marido mais famoso. Eu não tinha a menor ideia de que ele tinha usado literalmente pedaços do diário e das cartas da esposa nos seus livros. Fiquei chocada.
Mas Z: A Novel of Zelda Fitzgerald, apesar de ainda não ter sido traduzido para o português, faz um excelente trabalho em contar a história dessa mulher tão interessante. Sendo um romance histórico, eu confesso que esperava que as partes do livro que trazem cartas de Zelda fossem reais, mas, a autora explica ao final que não, apesar das suas leituras e pesquisas terem incluído esse material. Como eu nunca li nada da Zelda Fiztgerald, não tenho como avaliar o quão próximo do material original elas são.
Como a própria autora, Therese Anne Fowler, conta, as pessoas que estudam a história dos Fitzgeralds se dividem em 2 tipos, o time Zelda e o time Scott. Aviso logo que o resultado de Z está do lado de Zelda, claro. E aparentemente, essa obra, juntamente com outras biografias de Zelda mais modernas, tem feito muitos historiadores repensarem o seu posicionamento nesses times.
Imagine como teria sido para Zelda, uma mulher bastante a frente do seu tempo, mas casada com um alcoólatra que faz uso da sua vida particular para escrever, ter que se submeter ao marido, que a cada momento quer que ela tenha uma postura completamente diferente? Um momento ele quer fazer uso dos seus dons artísticos, no momento seguinte não quer que ela tenha a ambição de ser artista. É realmente de acabar com a sanidade mental de alguém. Acrescente a isso a quantidade enlouquecida de bebida que os dois bebiam, incluindo aí muito absinto, e temos uma receita para um desastre.
Nesse quesito, o romance histórico de Therese é maravilhoso. Você realmente se sente envolvido naquela época e com aqueles personagens, que no fundo são muito, muito reais. Fiquei bastante impressionada.
Nota 9.
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